Print mostra que babá avisou mãe enquanto Henry era torturado por vereador Jairinho

0
484
Henry de 4 anos e a mãe Monique - Foto: Reprodução Redes Sociais

A polícia conseguiu recuperar prints de uma conversa estarrecedora entre a babá de Henry Borel, Thayna de Oliveira e a mãe do menino, Monique Medeiros, no dia 26 de fevereiro, semanas antes da morte dele no apartamento da família no Rio de Janeiro.

Na troca de mensagens, a babá diz que o vereador Dr. Jairinho chegou em casa, chama Henry no quarto e se trancou com ele por um longo período. Ela afirma também que a criança chegou a gritar por ela, mas Jairinho aumentou o som da televisão e ela não conseguiu ouvir mais nada.

Preocupada, a mulher pede que Monique volte para casa e cheque o que está acontecendo. A mãe do garoto diz que o marido não falou que iria pra casa. A conversa segue e Monique chega a dizer que está apavorada e pede que a babá entre no quarto e chame a criança para ir para a Brinquedoteca do condomínio.

Thayna se mostra temerosa e diz que o patrão pode não gostar da intromissão e volta a pedir que Monique retorne para casa. Em dado momento, a babá fala que a porta abriu e Henry foi para a cozinha com ela e se recusa a ficar sozinho na sala enquanto o padrasto está na casa. Ele se agarra ao colo da babá e não quer que ela saia de perto.

Jairinho chega a perceber a troca de mensagens entre as duas, mas a mulher disfarça e diz estar falando com sua mãe. Nos momentos mais tensos da conversa, Monique pede que Thayna questione o filho sobre o que houve:

MONIQUE: Pergunta tudo

MONIQUE: Pergunta o que o tio falou

THAYNA: Então agora não quer ficar na sala sozinho

A babá fica por um tempo com o garoto na sala e a mãe cogita tirá-lo do apartamento:

THAYNA: To sentada com ele na sala

THAYNA: Vendo desenho

MONIQUE: Fala que vai na brinquedoteca

MONIQUE: Eu mando um uber

MONIQUE: Ai meu Deus

MONIQUE: Que merda

MONIQUE: Ver se ele quer sair de casa

THAYNA: Tô falando com ele

MONIQUE: Ou ficar aí

THAYNA: Ele quer que eu fique sentada ao lado dele só

MONIQUE: Coitado do meu filho

THAYNA: Jairinho tá arrumando a mala

MONIQUE: Se eu soubesse nem tinha saído

MONIQUE: Pergunta o que o tio falou

O vereador cerca a babá e a criança e parece perceber que está sendo vigiado. Ele tenta chegar perto do telefone da babá, mas ela consegue esconder a conversa. A mãe continua aflita e quer saber o que houve e a babá concorda que a ação do padrasto não é normal.

As duas cogitam fazer uma armadilha com a mãe escondida na casa para descobrir o que acontece sempre que Jairinho “arrasta” Henry para o quarto quando ela não está. Minutos depois, Monique fala em instalar câmeras no cômodo:

MONIQUE: Eu vou colocar microcâmera

THAYNA: E sempre no seu quarto

MONIQUE: Me ajuda a achar um lugar

MONIQUE: Depois eu tiro

THAYNA: Meu padrinho instala câmeras

THAYNA: Tem até empresa de câmera

MONIQUE: Mas tem que ser imperceptível

Após muita insistência da babá, o menino revela que foi agredido e ameaçado pelo padrasto e que isso acontece com frequência:

THAYNA: Então me contou que deu uma banda e chutou ele que toda vez faz isso

TAYNA: Que fala que não pode contar

THAYNA: Que ele perturba a mãe dele

THAYNA: Que tem que obedecer ele

THAYNA: Se não vai pegar ele

Monique se apavora de novo e pede para a babá dar um banho na criança. Nesse momento, Henry, diz que o joelho está machucado e surge mancando. Thayna percebe marcas na área e leva o garoto para banho, onde ele reclama de dores na cabeça e diz que bateu ao ser derrubado.

Para a polícia, está claro que a mãe sabia das agressões e foi omissa com o filho. Além de não denunciar e tirar o agressor de perto de Henry, ela ainda sustentou a versão de Jairinho de que nada acontecia.

Durante entrevista à Globo sobre a prisão, o delegado se revoltou e afirmou com todas as letras: “A mãe não comunicou a polícia, não afastou o agressor de uma criança de quatro anos. Ela esteve em sede policial, prestando depoimento por 4 horas, dando uma declaração mentirosa e protegendo o assassino do próprio filho. Ela aceitou esse resultado. Ela se manteve firme ao lado dele, mantendo uma versão absolutamente mentirosa”, afirma Henrique Damasceno.O casal permanece preso e deve ser indiciado por homicídio duplamente qualificado.

Fonte: Portal do Holanda