Gaúcho de General Câmara, onde nasceu há 95 anos, lembrados nesta data,Teixeirão se tornou um dos maiores vultos da história amazônica ocidental.
Na véspera desse acontecimento, a jornalista Cida Souza percorreu as salas da casa onde morou o ex-governador, transformadas em Memorial desde 1993, com a adesão de 63 amigos dele e de colaboradores.
A ex-diretora de comunicação do Governo de Rondônia e presidente do Memorial apelou: “Precisamos apoio para preservar esta exposição permanente”.
Quadros, cópias de reportagens jornalísticas, medalhas, objetos pessoais, lembram a transição entre o extinto território federal e o estado que, ainda em 1981, ganharia o slogan: “a mais nova estrela no azul da União”.
Em janeiro de 2014, o então comandante da 17ª BIS, general de brigada Ubiratan Poti, iniciava a restauração do memorial, conquistando parcerias da Federação do Comércio (Fecomércio), Energia Sustentável do Brasil, Rede Amazônica, entre outras.
“Recebemos doações de material de construção, não faltaram tinta, cimento e material, 40 homens trabalharam exaustivamente aqui”, conta Cida Souza.
O apoio dos primeiros parceiros proporcionou a primeira recuperação da casa antiga, que continua dependente do voluntariado.
Atualmente, quadros emoldurados começam a ficar amarelados, devido à infiltração. Dezenas de fotos também exigem retoques.
Teixeirão aparece ao lado de ferroviários e na janela do trem, durante a reativação do trecho entre as estações de Porto Velho e Santo Antônio; ao lado ministro do Interior, Mário Andreazza – que destinou recursos a diversas obras públicas na Capital e no Interior – e no ato inaugural do Hospital de Base Ary Pinheiro.
Também há fotos dele com secretários, diretores de empresas públicas, assessores, de colonos e diferentes categorias sociais.
Segundo Cida Souza, o material envelhecido pode ser recuperado, mas depende de novas doações de recursos. “Isso tem um custo, penso até em convidar quem está na foto, para vir aqui salvá-las”, disse.
Depois da primeira intervenção da 17ª BIS, o novo comandante, general André Novaes, também apoiou a manutenção do memorial, porém, a cheia de 2014 fechou as suas portas por um ano. “Ouvimos muitas críticas”, lembra Cida.
Depois, mais um comandante, o general Ricardo Costa Neves, interveio, concluindo as obras de reformas na parte elétrica, pintura, troca de telhas e substituição do painel de madeira por vidro. O sonho de Cida é trazer para o jardim do memorial a estátua de Teixeirão, que fora abandonada no canteiro da avenida com o nome do ex-governador. “Nem identificação ela tem mais, e se ficar lá pode até ser destruída.
Notável reconhecimento: o memorial expõe retratos de dois mordomos, um motorista, dois jardineiros, uma lavadeira e dois cozinheiros. Cida soube pela historiadora Yedda Borzacov que Manaus também construiu um espaço para lembrar Teixeirão, que lá foi prefeito.
QUEM FOI
* Aspirante da Arma de Artilharia na Academia Militar das Agulhas Negras em 1947. Formou-se também em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
* Casou-se em 1950 com Aida Fibiger de Oliveira, com quem teve um filho, Rui Guilherme Fibiger Teixeira de Oliveira.
* Paraquedista oficial de Estado-Maior e especialista em guerra na selva, criou e foi o primeiro comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva. Também foi o primeiro comandante do Colégio Militar de Manaus.
* Coronel da reserva durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), Teixeira foi nomeado em 1973 para assumir a Prefeitura Municipal de Manaus, onde ficou até março de 1979.
* Foi o último governador do antigo Território Federal de Rondônia e o primeiro governador do novo Estado. Indicado pelo general João Baptista de Oliveira Figueiredo, assumiu em 10 de abril de 1979. Missão: transformar o Território Federal de Rondônia em Estado.
* Em 16 de dezembro de 1981, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei complementar nº 221-A/81, originando a Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, que criou o Estado de Rondônia. “Teixeirão”, como era conhecido, foi reempossado no cargo de governador — agora do estado — em 29 de dezembro de 1981, em Brasília. Governou até 1985.
* Morreu de infarto, em 28 de janeiro de 1987, no Rio de Janeiro, aos 65 anos.
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Esio Mendes e Rosinaldo Machado
Secom – Governo de Rondônia