Prefeitos falam sobre risco de desabastecimento de oxigênio em RO: ‘Se faltar vai ser caos total’

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Cilindros de oxigênio em Rondônia — Foto: Rede Amazônica/ Reprodução

Prefeitos de cidades do interior de Rondônia se pronunciaram neste sábado (13) sobre o possível desabastecimento de oxigênio nos hospitais municipais.

O prefeito de Cujubim, Pedro Fernandes, disse que as unidades de saúde da cidade estão superlotadas, todos os leitos ocupados e o número de mortes aumentando rapidamente.

“Se faltar o oxigênio a gente vai entrar no caos total, isso traz uma preocupação muito grande”.

João Gonçalves Júnior, prefeito de Jaru, declarou que foi surpreendido com a notícia da suspensão do fornecimento do oxigênio pelas empresas de gases medicinais e por isso corre para contornar o problema.

“Em 2020 implementamos uma usina de oxigênio, mas com essa superlotação, com essa alta demanda por causa da Covid-19 em 2021 essa usina já está sobrecarregada. Hoje estamos na Câmara Municipal de Vereadores para fazer autorização do crédito para a compra da segunda usina de oxigênio”, disse João.

Adailton Fúria, prefeito de Cacoal, confirmou que recebeu um ofício, por parte da empresa fornecedora de oxigênio, informando que no prazo de 15 dias ela não terá condições de manter o contrato no município.

“Levamos ao conhecimento do Ministério da Saúde o que está acontecendo em Rondônia. Levamos também ao Governo do Estado para que a gente se antecipe, para que não aconteça em Rondônia o que aconteceu no Amazonas. Cacoal hoje atende cerca de 16 municípios ao redor da nossa cidade e nós precisamos, mais do que nunca nesse momento difícil, oferecer um trabalho de qualidade”, comentou o prefeito.

A empresa também comunicou Ariquemes (RO) sobre o prazo dos 15 dias em que pode entregar oxigênio. A cidade diz que já tem uma usina própria para fabricação do gás e nos próximos dias, segundo a Prefeitura, uma segunda fábrica de oxigênio deve entrar em funcionamento para evitar o comprometimento nas unidades municipais.

Quais são os riscos?

Em Rondônia, há 48 dias a taxa de ocupação de leitos de UTI está em 100%. Neste sábado, 130 pessoas estão na fila aguardando um leito. O sufoco na Saúde aumentou quando a empresa que abastece 31 dos 52 municípios de Rondônia alertou às autoridades sobre o risco de desabastecimento. O Ministério Público Federal (MPF), cobrou providências ao Governo de Rondônia e ao Ministério da Saúde por causa do risco iminente.

O MPF pede ao ministro da saúde, Eduardo Pazuello, urgência na análise da questão e solicita providências para evitar o colapso total.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou o Estado não tem como socorrer as prefeituras do interior de Rondônia em caso de desabastecimento de oxigênio, pois a rede estadual usa oxigênio líquido em tanques, enquanto os municípios utilizam oxigênio gasoso em cilindros. Neste momento, o Governo garante que o estado conta com um armazenamento considerável e não vai faltar oxigênio na rede estadual. Os problemas seriam nas redes municipais.

Uma reunião foi feita com representantes do Governo Federal para a elaboração de um plano de socorro aos municípios do interior do estado. O plano ainda não foi apresentado. O medo é que ocorra em Rondônia o cenário de caos parecido com o do estado vizinho, o Amazonas.

O oxigênio é essencial para a sobrevivência humana. Sem ele, as células do nosso corpo não funcionam, e nós morremos.

Fonte: G1