Pré-candidatos a prefeito tentam repetir fenômeno que elegeu Bolsonaro

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Dos grandes centros urbanos aos confins do Brasil, há um desejo enraizado em milhares de candidatos a prefeito: repetir o fenômeno que vestiu a faixa presidencial em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.

Até então, a avaliação no Palácio do Planalto era a de que Bolsonaro não participaria das eleições porque se o candidato apoiado pro ele ganhasse, sua performance no cargo poderia ser debitada do presidente; se perdesse, a derrota já cairia no seu colo. Mas as pesquisas recentes mudaram um pouco essa percepção, ainda mais em alguns locais considerados chave para o projeto reeleitoral do presidente, como São Paulo.

Nas próximas semanas, ele pretende dar um recado aos simpatizantes, conforme confidenciou a parlamentares aliados:

— Não votem em ninguém da esquerda, nem do PSL.

A ideia em curso é atuar em algumas capitais apenas no segundo turno das eleições. São Paulo foi um caso, por exemplo, que o presidente citou expressamente como um local em que pretende se posicionar em um eventual segundo turno. Para tanto, porém, é preciso uma conjunção de fatores: um candidato alinhado ao governo federal disputando contra um candidato da esquerda ou do governador de São Paulo, João Doria.

O PT, que saiu esfacelado das eleições municipais de 2016, deve virar um partido nanico em 2020. As pesquisas apontam que não deve eleger prefeito em nenhuma capital. A começar por São Paulo. Os convencionais escolheram Jilmar Tatto para ser o candidato. Lula não gosta dele. Lulistas históricos, como André Singer, Ricardo Kotscho, Marilena Chauí e Celso Amorim, preferem Guilherme Boulos (PSOL). Tatto tem 1,9% e Boulos, 5,5%.

O PT corre o risco de registrar grande fiasco. Depois de ter eleito Luiza Erundina e Marta Suplicy, que, por sinal, nem estão mais no partido, outro prefeito eleito pela legenda em São Paulo, Fernando Haddad, não quer saber de salvar o partido do fracasso. Haddad deseja se preservar para a disputa presidencial em 2022. Lula não está nem aí.