POR QUE NÃO TE CALAS, HERMÍNIO?

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O boquirroto deputado e a falta de seriedade na imprensa.

É da maior gravidade o tratamento que certos setores da imprensa de Porto Velho  e do interior estão dando às informações relacionadas à Operação Apocalipse, desencadeada no  último dia 4, especialmente as que são oferecidas  pelo boquirroto deputado Hermínio Coelho, um dos afastados do cargo pelo prazo de 15 dias por indício de envolvimento com financiadores de campanha que são líderes de tráfico de drogas.

É absurdamente incrível, mas ao invés de saudarem a atuação da Polícia Civil de Rondônia que, cumpre lembrar, não atuou sozinha, mas envolveu parceiros de outros estados e trabalhou durante mais de um ano, procuram freneticamente desqualificar a operação. A mais recente investida diz que a instituição não poderia ter investigado o que investigou, chegando à prática de estelionato, lavagem de dinheiro, fraude em cartão de crédito etc.

O Grupo de Combate ao Crime Organizado pode sim investigar o trafico de drogas – internacional certamente teria outra configuração – e em momento algum se propôs a bisbilhotar financiamento de campanha eleitoral. O tema surgiu com o desenrolar das investigações, aparecendo então os patéticos representantes do povo com seus ‘fantasmas’ contratados para dar suporte à engrenagem do crime, e que por desfaçatez inata em momento algum explicaram ao digníssimo eleitor porque tais contratações foram feitas. Nada. Nem uma palavra. Probidade zero.

Rótulo de vítima

Não há explicação possível. Por isso calaram, com exceção de Hermínio, não para tentar defender o injustificável, mas para imprimir, desde o dia da operação, o rótulo de vítima, perseguido e retaliado pelo secretário Marcelo Bessa. Será mesmo? O que o distinto público quer são explicações.

Mais recentemente admitiu amizade lá se vão 15 anos com Márcio Cesar Gomes, acusado de estelionato na Organização Criminosa (Orcrim) e financiador de sua campanha, com livre trânsito para nomeações na presidência do Legislativo, segundo as investigações. Entretanto, a relação compartilhada entre vinhos e comilanças jamais revelou para o combativo parlamentar eventuais derrapadas criminosas do amigo de longa data. Por que será que ninguém pergunta sobre isso?

Mas o que faria você, leitor, se fosse acusado injustamente de um crime? Iria buscar amparo nos sites de jornalistas amigos, atirando contra tudo e todos, ou recorreria à instância legal para contestar peça investigativa que considera contaminada pela política?

Mentira e demagogia

Especialmente contra o governador Confúcio Moura, o falatório de Hermínio não produz comoção alguma. Sem dúvida as denúncias formuladas contra o cunhado do governador, o famoso Assis, são graves e têm de ser investigadas, e como ele já as encaminhou ao Ministério Público, o que se requer de um presidente de um poder é a atitude de cobrar consequências naquela instituição, e não promover a mentira e a demagogia, como a promessa de instalar uma comissão processante para deflagrar processo de impeachment do governador. Não há a mínima condição moral e política para isso. Não se pode enganar a todos ao mesmo tempo e por longo tempo.

Falta seriedade

Há visível enfraquecimento na estratégia de Hermínio, e a nota a mim confirmada como de procedência de sua assessoria, divulgada por diversos sites no dia da prisão de Beto Baba, sexta-feira 12, é também um golpe na credibilidade da imprensa, que a reproduziu sem apuração e questionamento necessários. Sobra leviandade, falta seriedade. Ação judicial por parte do governador Confúcio Moura facilmente seria ganha contra afoitos “jornalistas”.

“Investigações policiais comprovam envolvimento do governador e ex-ministro com organização criminosa” é o titulo do release, o qual vi difundido ao menos em sete sites, logo destacando no leadque documentos sigilosos da Polícia Civil comprovam “o estreito e íntimo relacionamento do governador e ex ministro Mangabeira Unger  com a organização criminosa.”

No texto nem uma única pista dessa relação digamos promíscua, como a transcrição de um diálogo, imagens de reunião comprometedora ou qualquer outro elemento que possa denunciar o governador envolvido com os traficantes.

Exorcizado

Uma coisa é certa: o cunhado Assis tem de definitivamente ser exorcizado do Palácio Presidente Vargas. Na órbita do governo, sua presença não pode ser mais do que a lembrança de alguém interditado duramente para que não exercite mais o tráfico de influência. E que seja investigado pelas renitentes acusações sofridas.

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Declarações do presidente da ALE-RO causam repercussão negativa em redes sociais

19/09/2013

Declarações do presidente da ALE-RO causam repercussão negativa em redes sociais

Durante sessão plenária na tarde da última quarta-feira (18), opresidente da Assembleia Legislativa, Hermínio Coelho, disparou diversas ofensas e denunciou (sem provas) que o secretário estadual de Segurança, Marcelo Bessa, teria filmagens comprometedoras do governador Confúcio Moura. Por esse motivo, Bessa faz chantagem para não ser exonerado do cargo após o arquivamento de diversos inquéritos da Operação Apocalipse, deflagrada no início de julho. “O secretário Marcelo Bessa é um bandido e no desespero de atingir os desafetos e adversários políticos de Confúcio Moura, acabou por envolver o governador num novo escândalo, diante dos fortes indícios de seu envolvimento com a Organização Criminosa comandada por Beto Baba e Fernando da Gata”, disse Hermínio durante discurso na tribuna da ALE.

A repercussão negativa nas redes sociais foram imediatas. Uma delas foi do jornalista Roberto Kuppê, que mora em Brasília. “Obama manda avisar que Hermínio Coelho está blefando. Bessa não tem filmagens nenhuma que comprometa o governador. O que se tem já foi divulgado. Obama disse também que…bom..deixa para lá…aguardem… (sic)”.

Uma das críticas mais pesadas foi do jornalista e um dos proprietários do jornal eletrônico Rondônia ao Vivo, Paulo Andreoli, que sugeriu que Hermínio fale menos. “Ao deputado Hermínio… Sei que por aqui tb chega no colo do deputado/presidente. Ao que parece, Hermínio não vive neste planeta. Vive num lugar onde sentar-se a mesa de jogo com conhecidos estelionatários, para rodadas de baralho onde aposta-se até terrenos em condomínios e carros de luxo não tem nada demais. Vive num lugar, que nomear diversos vagabundos para assessores especiais, homens que vivem de dar o tombo no sistema financeiro nacional através de cartões de crédito não tem problema nenhum. Vive num lugar onde falar palavrões e palavras de baixo calão é de uso comum. Mas aí você me pergunta. Que lugar é este? Então, pelas atitudes, companhias e expressões do deputado presidente, parece ser um presídio, mas não. Este lugar é a Assembleia Legislativa de Rondônia. Queiram ou não, esta malfadada Operação Apocalipse, tirou um monte de marginal e pilantra de circulação. O que é pior, tiraram os parceiros de carteado do presidente boquirroto. Um toque ao Hermínio, do mesmo naipe (gostou né, naipe…) que outro falastrão, o finado Chaves pegou no meio da cara… PORQUE NÃO TE CALAS HERMINIO?”, falou Andreoli.

Sociedade

A população também não concordou com boa parte do que Hermínio falou na tribuna da Assembleia. “Coitado do presidente da ALE. Saiu do trilho, por que será hein? Suas bobagens já estão passando do limite”, afirmou Carlos Moisés, servidor público estadual.

O autônomo Sandro Cordeiro, de Porto Velho, acha que o presidente da Assembleia Legislativa deve mais explicações. “Esse cobrador de ônibus ta falando m#$da. Outro dia ele tava nas mãos do secretário. Depois do sinal verde do MP, ele volta a falar. O senhor cobrador porque não explica para sociedade o motivo da tal conta de cartão de crédito está no seu endereço residencial”, disse ele.

Também houve quem ficasse indignado com as palavras dele. “Meu Deus! A que ponto chegamos senhor descarado Hermínio! ‘Aqui na Assembleia não tem bandidos, como tentaram vender a opinião pública’. Palavras do senhor Hermínio!!! Se há um lugar que tem bandido realmente está na Assembleia sim, seu Hermínio. Não defenda seus comparsas! O povo já sabe da bandalheira e da cumplicidade dos nobres entre si para encobertar a corrupção e a safadeza, inclusive, a sua deputado! Como tem um ditado popular: a polícia prende e a justiça solta. O seu caso é o mesmo, o MP ainda está apurando o que acontece de errado”, falou João Elizeu Borba.