Polícia descobre bar onde garotas do Acre eram recrutadas para prostituição em Porto Velho

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A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) está investigando um caso de exploração sexual de quatro meninas no distrito de União Bandeirantes, em Porto Velho. Uma mulher de 39 anos, identificada por Edilene P.C, foi presa após uma das garotas que haviam sido aliciadas por ela conseguir fugir do bar onde eram mantidas presas e faziam programas.

A adolescente de 16 anos, que conseguiu fugir, foi até a Polícia Militar (PM) do distrito e contou que é do estado do Acre e foi aliciada com outras duas amigas com a promessa de ter alimentação, moradia e o transporte até o distrito pagos pela dona do bar.

Quando chegaram no local, as jovens foram surpreendidas por regras rígidas na casa de prostituição. Ao G1, a delegada da DEPCA, Janaína Xander, contou que uma das regras era a proibição das adolescentes saírem da casa. Se saíssem, tinham que pagar uma multa à aliciadora.

“Lá elas não podiam deixar o ambiente. Tudo era cobrado uma multa para mantê-las sob controle naquela situação de exploração”, disse.

Ainda segundo o registro policial, uma das menores contou que fez cinco programas e todo o dinheiro foi recolhido pela mulher por uma dívida que ela cobrava da jovem.

Revoltada com as regras impostas pela exploradora, a menina fugiu e avisou os policiais, que foram até o local e encontraram as outras três garotas que eram mantidas presas. Elas afirmaram ter idade entre 13 e 16 anos.

Uma delas, segundo a polícia, estava consumindo bebida alcoólica, no bar que funcionava junto à casa onde as meninas faziam os programas, quando os militares chegaram.

A dona do bar, que aliciou as meninas, foi presa e levada à Central de Polícia em Porto Velho. Ela continua presa. As quatro adolescentes estão em um abrigo para menores na capital.

Durante essa semana deve acontecer a escuta especializada das garotas, feita por psicólogo e assistente social, para que não haja revitimização das jovens ao relatar as violências que sofriam.

“O próximo passo é fazer a escuta especializada dessas garotas, para saber se além dessa situação de exploração sexual, se elas não sofreram mais nenhum crime, localizar a família delas e saber como elas saíram de casa e chegaram lá”, explicou Janaína Xander.

Nos próximos dias, o resultado das investigações da Polícia Civil deve ser enviado ao Ministério Público para continuidade do processo e oferecimento da denúncia à Justiça.

“Quem tiver informações de casas de prostituição, exploração sexual, faça a denúncia, pode ser no disque 100 (Ministério dos Direitos Humanos), no 197 (Polícia Civil), mas quando fizer a denúncia, dê maiores detalhes”, pede a delegada.

Fonte: MaisRO com informações do G1