Polícia de Hong Kong prende dezenas para evitar protestos em feriado da China

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Mais de 50 pessoas que protestavam contra a prisão de ativistas foram algemadas e colocadas em um ônibus pela polícia.

O batalhão de choque da polícia de Hong Kong que patrulhava a rota de uma marcha antigoverno prendeu dezenas de pessoas nesta quinta-feira (1º), impedindo a multidão de se reunir enquanto a executiva-chefe da cidade, Carrie Lam, louvava a “volta à estabilidade” em meio às comemorações do Dia Nacional da China.

A polícia foi vista detendo mais de 50 pessoas no centro da cidade e amarrando seus pulsos com algemas de plástico antes de colocá-las em ônibus. A corporação disse no Facebook que está procurando dois homens que atiraram coquetéis molotov para impedir o tráfego em outra área da cidade.

Os manifestantes queriam marchar contra a imposição de Pequim de uma lei de segurança nacional abrangente no dia 30 de junho e exigir a volta de 12 cidadãos de Hong Kong que foram presos pelas autoridades chinesas no mar em agosto quando tentavam chegar a Taiwan.

“É o Dia Nacional da China, mas o dia da morte de Hong Kong”, disse Jay, uma mulher vestida de preto, o traje de protesto da cidade, ao passar perto da polícia.

“O povo de Hong Kong está sob muita pressão, mas temos que tentar continuar lutando pela liberdade.”

Um manifestante pró-democracia discute com a polícia em Hong Kong, nesta quinta-feira (1º), antes de um protesto pela libertação de doze ativistas presos no mar enquanto tentavam fugir para Taiwan — Foto: Tyrone Siu/Reuters

Centenas de policiais realizaram revistas e mandaram embora qualquer pessoa considerada suspeita. Entre estes últimos estava um adolescente que tocava canções de protesto em um instrumento de sopro, um homem vestido de preto com um balão amarelo — cores associadas a manifestantes pró-democracia — e uma mulher que segurava uma cópia do tabloide antigoverno Apple Daily.

Mais cedo nesta quinta-feira, Lam compareceu a uma cerimônia de hasteamento de bandeira com outras autoridades de alto escalão de Hong Kong e da China continental em um centro de exibições cercado por policiais e barreiras de segurança.

“Ao longo dos últimos três meses, a verdade simples é, e é óbvia de ver, que a estabilidade foi restaurada à sociedade ao mesmo tempo em que a segurança nacional foi salvaguardada, e nosso povo pode continuar a desfrutar de seus direitos e suas liberdades básicas”, disse Lam.

Policiais de choque prendem pessoas durante um protesto em Hong Kong, nesta quinta-feira (1º), pela libertação de doze ativistas que foram presos no mar após tentarem fugir para Taiwan — Foto: Tyrone Siu/Reuters

Na noite de quarta-feira (30), a polícia disse ter prendido cinco pessoas por incitarem a participação em assembleias ilegais pela internet.

Os protestos antigoverno, que se tornaram violentos muitas vezes em 2019, têm sido menores e menos frequentes neste ano devido às restrições do coronavírus a aglomerações e aos temores de prisão causados pela lei de segurança nacional.

Quatro membros da Liga de Social Democratas, liderada pelo ativista veterano Leung Kwok-hung, conhecido como Cabelo Comprido, marcharam erguendo um cartaz que dizia “Não existe dia de comemoração nacional, só de luto nacional”.

Fonte: G1

Por Reuters