“Pode me expulsar, Lupi”: Acir disse que votar contra impeachment seria suicídio político

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Senador Acir Gurgacz (PDT-RO)

Acir-Gurgacz_Marcos-Oliveira_Agência-SenadoSe prevalecer ao que determinou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o senador Acir Gurgacz pode se considerar for do partido. A direção nacional do PDT fechou questão contra o impeachment e ameaçou expulsar quem votasse a favor do afastamento de Dilma. Acir votou nesta madrugada pela admissibilidade do afastamento de Dilma Rousseff, contrariando até a ele mesmo, que foi o relator das pedaladas fiscais no Senado, quando disse que não houve crime de responsabilidade fiscal.

Em abril, o senador Acir Gurgacz teve uma conversa tensa com Carlos Lupi.

“Pode me expulsar, Lupi”, disse Gurcacz, depois de declarar voto a favor do impeachment.

Antes alinhado com o governo, Acir avalia que não votar pelo afastamento de Dilma seria um “suicídio político”. (Publicado no site Antagonista, em 21 de abril de 2016)

Em maio o diretório nacional do PDT puniu os seis deputados que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, contrariando a orientação partidária. A punição mais grave foi aplicada a Giovani Cherini (RS), que foi expulso da legenda. Os outros cinco parlamentares – Sérgio Vidigal (ES), Flávia Morais (GO), Mário Heringer (MG), Subtenente Gonzaga (MG) e Hissa Abrahão (AM) – foram suspensos por 40 dias. Flávia e Vidigal também foram afastados do comando dos diretórios estaduais de Goiás e do Espírito Santo.

O PDT deve examinar processos contra os senadores pedetistas Lasier Martins (RS) e Acir Gurgacz (RO), que também votaram a favor do impeachment. Acir Gurgacz é um político de proa do PDT nacional e exerce uma grande liderança em Rondônia. É virtual candidato ao governo de Rondônia em 2018. O voto dele pode ter sido orientado pela base política dele em Rondônia. É empresário do setor de transportes e mineração, além de comunicação. O perfil dele é de direita, do lado dos empresários e das elites.

Acir foi eleito senador em 2014 num acordo com o PT que não lançou candidato. A maioria dos petistas votou nele.