As caravanas chegam a todo momento ao estacionamento dos fundos das novas instalações da Rondônia Rural Show. Famílias inteiras chegam em carros próprios, de carona ou em ônibus fretados. Pelas placas dos veículos é fácil perceber que há um Brasil inteiro espalhado pelos 50 hectares da feira. Mais que um país, parte do mundo está presente. O londrino que sabe poucas palavras em português e quer se tornar produtor rural é um destes personagens.
Até 18 meses atrás, Patrick Galea, de 59 anos, era motorista de táxi em Londres. No sábado (27), ele passeou pela 6º Rondônia Rural Show como candidato a se tornar mais um produtor rural.
Depois de passear pelos estandes, ele resumiu suas impressões em inglês e arrematou em português marcado por forte sotaque: “very good, muito bom”.
Recém-casado com uma jiparanaense, Patrick declarou seu amor ao Brasil e já está adaptado ao calor de Rondônia. Proprietário de uma casa especializada em frango frito nos arredores do município, o inglês quer entrar para o ramo do agronegócio.
Na feira, Patrick circulou acompanhado de dois cunhados brasileiros, que traduzem pouco, mas brincam muito quando alguém quer conversar com o inglês.
Animado com a possibilidade de se tornar dono de uma propriedade rural, Patrick não explica que ramo do agronegócio interessa mais. Entretanto, está decidido a se tornar mais um na roça, o que, ele confessa, não será grande novidade, pois, na Inglaterra, viveu na área rural.
TECNOLOGIA ACESSÍVEL
Ainda no estacionamento, o mineiro Vilmar Pereira dos Santos, de 43 anos, dos quais 41 vividos em Rondônia, fazia planos.
Ele é proprietário de uma oficina de aparelhos refrigeradores de ar e de um lote de 12 alqueires, localizado no vizinho município de Theobroma.
Vilmar conta que mantém nas terras “apenas” 30 cabeças de gado e pequenas plantações. Vai à propriedade de 10 em 10 dias, pois tem que assegurar o sustento da família, que é pequena. Apenas a esposa e a filha de dois anos.
Foi a busca por novidades contribuam para realizar o sonho de crescer como produtor rural que levou o mineiro à maior feira de agronegócio da região Norte.
Na feira, ele tem um objetivo definido: conhecer novas e acessíveis tecnologias que contribuam para aumentar a produtividade e desenvolver outras iniciativas no campo.
“Tecnologia é fundamental, ajuda a gente a crescer. Mas o preço tem que combinar, né?”, questionou mineiramente.
Vilmar admitiu que ficou surpreso com a área da feira com seus 50 hectares, a 11 quilômetros do centro de Ji-Paraná. “Ficou bem maior e com mais terra plantada, é melhor assim”, sentenciou.
Fonte
Texto: Nonato Cruz
Fotos: Ésio Mendes
Secom – Governo de Rondônia