Para Dilma, áudio de Jucá reforça que impeachment é golpe

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dilmaeduA divulgação das gravações de diálogos do senador Romero Jucá (PMDB) reforça o argumento de que o processo do impeachment foi realizado com desvio de poder, afirmou a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) em bate papo no Facebook com seu advogado, José Eduardo Cardozo e com internautas, na quarta-feira (25).

Dilma afirmou que no diálogo divulgado ficou explícito que o processo de impeachment serviu para paralisar as investigações sobre corrupção da Operação Lava-Jato e que essa informação será utilizada em sua defesa.

No diálogo com o presidente da Transpetro Sérgio Machado, Jucá afirma que a mudança do governo seria a única maneira de paralisar as investigações. Jucá defende que o afastamento de Dilma da Presidência da República é um passo para “delimitar” a Lava Jato “onde está”. “Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. […] Tem que ter impeachment. Não tem saída”, afirmou.

A divulgação fez com que o ministro golpista do Planejamento pedisse para se licenciar do cargo.

“Queriam, com um novo governo, eliminar o combate à corrupção que foi feito durante todo o meu governo. A gravação da conversa mantida pelo Senador Romero Jucá com o ex-senador Sérgio Machado deixa isto muito claro. Por esta razão, vamos usar sim na nossa defesa”, afirmou a presidenta eleita.No bate-papo, Dilma e Cardozo explicaram novamente aos internautas porque esse processo de impeachment é ilegítimo e representa um golpe de estado. “Quando um processo de impeachment é realizado com acusações que não têm um mínimo de comprovação, não qualificam crimes de responsabilidade, imputando ações que foram consideradas legais quando praticadas por governos que me antecederam, parece claro que se cria uma retórica jurídica para esconder uma burla à constituição”, afirmou ela. Outra dúvida recorrente dos internautas, muitos deles indignados com as ilegalidades do processo, é se Dilma vai recorrer às instâncias internacionais. A presidenta e seu advogado esclareceram que, por enquanto, focam a defesa nas instâncias nacionais.

Na defesa, que será apresentada no Senado, no dia 1º de junho, “nós trataremos desta questão. Desde o início, temos alegado que este processo de impeachment foi realizado com desvio de poder, ou seja, buscando-se finalidades totalmente estranhas à lei. Agora, com estas gravações, isto fica ainda mais claro”, disse Dilma, respondendo a uma postagem de internauta.

“Se pretendeu o impeachment para impedir que as investigações da operação Lava Jato prosseguissem normalmente. Queriam, com um novo governo, eliminar o combate à corrupção que foi feito durante todo o meu governo. A gravação da conversa mantida pelo senador Romero Jucá com o ex-senador Sérgio Machado deixa isto muito claro. Por esta razão, vamos usar sim na nossa defesa. Tornou-se agora indiscutível a ilegalidade deste processo e o caráter abusivo de uma acusação de crimes que não ocorreram para afastar do cargo quem foi eleito por 54 milhões de votos”, disse Dilma.