Pai e tio suspeitos de envolvimento em suposto estupro e morte de bebê de 8 meses são soltos, em RO

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Márcio. J. S., o pai e Antonio. S.G.S., o tio, da bebê de 8 meses, que deu entrada em um hospital de Porto Velho sem vida no dia 13 de setembro, foram soltos esta semana. Conforme as investigações da Polícia Civil, ambos são suspeitos de possível envolvimento no suposto estupro cometido contra a criança.

De acordo com o delegado que conduz o caso, Sandro Moura, a mãe Raquel N. A.
segue presa temporariamente. A reconstituição do crime aconteceu na última terça-feira (8).

O delegado revelou, nesta quarta-feira (9), que há suspeita de uso de drogas por parte dos pais da menina.

“A gente encontrou o suposto vinho que eles tinham tomado, uma garrafa de dois litros com teor alcoólico de 10%. Há um indicativo de utilização de drogas por parte dos três. A mulher nega, mas isso tudo está sendo apurado para esclarecer o que definitivamente o que houve”, explicou Sandro Moura, da Delegacia de Homicídios.

O delegado diz que foram convidadas todas as partes à reconstituição. “Procuramos tomar cautela. Chamamos o Ministério Público para acompanhar. Também chamamos os três advogados da defesa. Eles mostraram as suas versões. Peritos e médico legistas estiveram no local também, procuramos ter a maior lisura”.

Agora, segundo o delegado, resta aguardar o laudo. “Vamos esperar, pois estão apurando. Aguardar o laudo definitivo, que foi filmado”, relata. A Polícia Civil não informou porque o pai da menina foi liberado.

Suspeita de estupro continua

De acordo com que foi informado pelo médico legista, segundo o delegado, a morte da bebê foi por asfixia. O objetivo agora é saber como o crime aconteceu.

“Em uma ação externa, e que está sendo apurada outras causas que poderiam ter dado o resultado asfixia, aparentemente pode ter sido. Com o exame tireoglobulina indica asfixia por apertamento do pescoço, então não se sabe como foi isso ainda”.

Sobre a suspeita de estupro que a bebê tenha sofrido, o delegado explica que exames ainda serão realizados.

“Em questão do abuso, parece que chegou o resultado que constatou que o abuso não foi peniano, mas não significa que não teve abuso. Pode ter ocorrido por outro objeto. Hoje mesmo requisitei um complemento quesitação do lado do IML”.

Após a realização da reconstituição, Sandro diz estar aguardando a chegada do laudo.

Mãe em prisão temporária

O tio Antonio, segundo o delegado, já não cumpre mais prisão temporária. De acordo com o delegado, “ele está bem afastado da conduta de suposto abuso e homicídio”.

Quanta a mãe Raquel, que na primeira semana após o crime cumpria prisão domiciliar, voltou à segregação e seguirá até o próximo dia 13 de outubro. Conforme Sandro Moura, o Ministério Público recorreu para manter a prisão da mãe no Tribunal de Justiça. Mas o delegado disse que irá pedir a prorrogação da prisão da mulher.

“Pelo crime contra criança e adolescente e pelo fato de ela ter outra filha menor, que estaria com ela quando foi solta por decisão do juiz da primeira vara”, explicou.

Entenda o caso

No dia 13 de setembro, uma bebê de 8 meses deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste da cidade. A equipe médica de plantão constatou que ela estava sem vida.

Em depoimento a mãe relatou à polícia que a família estava dormindo e que ela acordou para amamentar a bebê. Em seguida, relata que voltou a dormir.

Enquanto isso o marido dela relatou que acordou, fez café e foi para a casa da frente, que é da mãe dele e que estava no trabalho, para assistir televisão.

Em 13 de setembro, uma bebê de 8 meses deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste da cidade — Foto: Jheniffer Núbia

Em 13 de setembro, uma bebê de 8 meses deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste da cidade — Foto: Jheniffer Núbia

Pouco mais de duas horas depois, a mulher contou que o tio da criança chegou para almoçar e que ele ficou conversando com o pai da bebê na casa da frente. Às 11h, informou ter acordado e ido à residência da frente também para almoçar, “não percebendo nada de anormal”.

Foi apenas momentos depois, que a mãe da bebê notou que a filha mais velha dela, de dois anos, começou a chorar. Ao averiguar o que estava acontecendo foi que percebeu que a bebê de oito meses estava sem sinais vitais. Foi aí que ela e o marido pediram ajuda a uma vizinha, levando a menina à UPA.

Equipes da Polícia Militar (PM) foram até a casa da família, mas não encontraram vestígios de sangue nos lençóis e roupas da menina.

Fonte: G1