Pacientes com Alzheimer devem seguir um programa de cuidados odontológicos

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Por ser uma doença progressiva, a demência impõe cuidados específicos logo
depois do diagnóstico. Pacientes com Alzheimer devem seguir um programa de
cuidados odontológicos o mais cedo possível para que a saúde oral não sofra
impacto. No dia 4/2 (sábado), durante o 35º Congresso Internacional de
Odontologia de São Paulo, a cirurgiã-dentista Denise Tibério vai dar uma
aula sobre Alzheimer na Odontologia, das 10h às 11h30, no Expo Center Norte.

“Garantir que o paciente idoso tenha uma boca saudável, principalmente
aquele que sofre de uma doença tão severa quanto o Alzheimer – que vai
destruindo progressivamente a memória e outras funções cognitivas
importantes –, é fundamental não só do ponto de vista da autoestima do
paciente, como permite que ele fique livre de cárie, dificuldade para
mastigar, inflamações e infecções na gengiva, perda de dentes, dor e
desconforto tão comuns em quem não recebe esse tipo de cuidado”, diz a
especialista, que também é autora do livro “Alzheimer na clínica
odontológica” (Editora Appris).

Denise explica que pessoas que sofrem de demência podem fazer uso de outros
medicamentos para tratar diversas condições – sem contar antidepressivos,
antipsicóticos, anti-hipertensivos e sedativos. “A Síndrome da Boca Seca é
uma condição muito frequente nesses pacientes, quase um desdobramento do
próprio tratamento. Dado que a saliva lubrifica e limpa a boca e os dentes,
a falta de saliva pode acelerar a deposição de placas bacterianas e aumentar
o risco de cárie, gengivite e infecções. Até mesmo se o idoso fizer uso de
próteses móveis (dentaduras), essa condição poderá aumentar o desconforto e
a dificuldade de mastigação. Sendo assim, o cirurgião-dentista que acompanha
esse paciente poderá indicar formas adequadas de minimizar o impacto do
tratamento de Alzheimer na boca do indivíduo”.