Os kits de exames PCR acabam em dois dias, com isso os números oficiais de novos casos e mortes deverão diminuir

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RETICÊNCIAS POLÍTCAS  –  Por Itamar Ferreira (*)

Parece inacreditável, mas o governo de Rondônia vai conseguir superar todas as falhas, omissões e negligências já ocorridas em relação à pandemia do coronavírus. A coluna “Reticências Políticas” recebeu denúncia de um sindicato da área da saúde de que o estoque de kit para exame PCR para covid-19 no LACEN estaria no fim, restariam nesta sexta-feira (03) apenas 400 unidades, suficiente apenas para atender as emergências deste final de semana. Este é o exame que confirma com precisão os casos de contaminação e de mortes suspeitas de serem causadas pela covid-19.

Com isso, a partir desta sexta-feira, os exames que não são de emergência, e da próxima segunda-feira (03), todos os exames, inclusive o de mortes suspeitas e ainda não confirmadas como covid-19, terão que ser feitos na Fiocruz no Rio de Janeiro, com uma demora de 10 dias para se saber o resultado. O governo deixou o estoque acabar e agora não consegue encontrar novos kits de PCR no mercado para comprar. A coluna confirmou a denúncia com dois parlamentares, sendo um deles o deputado Lazinho da FETAGRO.

A principal consequência, que já se fez sentir nos últimos dias, será a subnotificação com a redução brusca nos números oficiais de novos casos de contaminação e de mortes, principalmente de óbitos que precisam de exame PCR para confirmar a causa. Ou seja, nos próximos dez dias Rondônia estará vivendo “um ilusão estatística”, com baixos números de novos infectados e mortes. Tal fato explicaria a brusca redução – de uma média de 10 mortes dia no mês de junho – nos últimos três dias, da Capital ter registro oficial de apenas um óbito, quando pela tendência da média anterior seriam aproximadamente trinta. Um fenômeno que deve ser único no mundo.

Sem teste preciso para confirmar novos casos de contaminação, rapidamente, tendo que se aguardar 10 dias para receber o resultado vir da Fiocruz, as autoridades de saúde estarão às cegas para tomar decisões sobre o controle da pandemia; novos casos e mortes continuarão ocorrendo, mas só apareceriam nas estatísticas oficiais com dez dias de atraso. Mais grave, ainda, é falta de transparência do governo do Estado, que não informa a população este fato tão importante.

Diante deste quadro, a medida mais sensata seria ampliar as restrições, ao menos nas sete cidades que, em 30/06/2020, vésperas do início da Fase I em 23 municípios, tinham mais de 100 contaminados por cada 10 mil habitantes, tabela anexa, que são: São Miguel, Guajará-Mirim, Porto Velho, Pimenteiras, Candeias do Jamari, em Ariquemes e Itapuã. Nestes municípios o lockdown seria a medida mais segura.

* Itamar Ferreira é advogado e responsável pela coluna reticências políticas.

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