OPINIÃO- A culpa não foi do Expedito Júnior

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Expedito Júnior, a culpa não foi sua! Pode acreditar. Como se diz, combateu o bom combate. Fez tudo certinho. Apresentou o melhor programa de governo, dentre os dois candidatos que foram para o segundo turno. Respeitou as leis, as pessoas e aos demais candidatos. Não entrou no jogo rasteiro do adversário que se utilizou de uma rede de difusores de fake news. Foi um massacre, assim como o foi Bolsonaro contra o PT, contra Haddad. Ah, esse sim, o grande culpado. Cresceu nas pesquisas alavancado por fake news, Jair Messias Bolsonaro (PSL) se elegeu presidente ontem e alguns postes, dentre eles, o próximo governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha (PSL), que nem programa de governo próprio apresentou. Nem precisou. Os eleitores dele estavam pouco se lixando com propostas. “Depois nóis cobra ele”, disse um apoiador numa gravação espalhada pelas redes sociais.

Portanto, caro Expedito Júnior -a quem este escriba aprendeu a respeitar, após conhecer de perto-você não teve culpa pela sua derrota. Foi um acaso, um ponto fora da curva. Isso jamais voltará a acontecer nos próximos anos. Até porque o governo Bolsonaro será um desastre, uma tragedia, da mesma forma o governo Marcos Rocha, que de rocha só tem o nome. Fugiu dos debates assim como o mentor dele, Bolsonaro. Expedito, cabeça erguida e bola pra frente. Rondônia vai precisar de um nome forte de oposição para 2022. Isso se Bolsonaro não aprovar uma PEC que estenda os mandatos por mais 10 anos.

Destas eleições ficou comprovado que fair play (jogo limpo) é coisa de poeta, de intelectual. Jogar sujo foi o motor que movimentou a maioria das candidaturas vitoriosas em todo o País. Até uma suruba ajudou a eleger João Dória (PSDB) ao governo de São Paulo. Porque o conceito de família dos paulistas é baseado em atitudes como a do ator pornô Alexandre Frota (PSL), eleito deputado federal por São Paulo.

57 milhões de eleitores brasileiros escolheram um capitão expulso do Exército por indisciplina, em detrimento de um professor com quatro graduações e poliglota, além de ter sido considerado o melhor prefeito de São Paulo. Escolheram um protótipo de ditador que já disse o que vai fazer, fechar o STF e o Congresso Nacional, nem que para isso tenham que morrer 30 mil pessoas. “Ah, foi da boca pra fora”, diriam. A boca fala o que o coração sente. O filhote dele, Eduardo Bolsonaro já disse que vai precisar apenas de um cabo e um soldado para fechar o STF. E o fará, porque esta gente é doida, maluca mesmo. E não adianta desejar sorte para ditador. Jamais. Desejo sorte ao povo, aos negros, gays, índios, quilombolas. Estes vão precisar para sobreviver nos próximos quatro anos. Passa rápido, mas muitas vidas serão ceifadas. Porque o que está por vir Bolsonaro não disse no discurso da vitória. Bem-vindo à Venezuela brasileira.

Roberto Kuppê