O discurso mais fake de todos os tempos

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Por Roberto Kuppê
 
“Após um ano morando fora, eu resolvi voltar. Não podia ficar quieto, sem falar o que penso, sem pelo menos tentar mais uma vez, com você, ajudar o país. Então resolvi fazer do jeito que me restava: entrando para a política, corrigindo isso de dentro para fora. A gota d’água para mim foi encontrar um estudante brasileiro no exterior que me perguntou “Moro, é verdade que você abandonou o Brasil?”. Aquilo foi como um tiro no meu coração. Eu não poderia e nunca vou abandonar o Brasil. Se necessário, eu lutaria sozinho pelo Brasil e pela Justiça. Seria Davi contra Golias”.
Ouvindo o discurso do ex-juiz Sérgio Moro durante o ato de filiação dele ao Podemos, fico imaginando ele num morro sobre um cavalo, com uma lança e de armadura, o próprio Rei Arthur, dos Cavaleiros da Távola Redonda. Então ele desce o morro e enfrenta os corruptos na Esplanada dos Ministérios totalmente arrasada. É o próprio cenário de Rei Arthur, o filme. Mas, como o filme, o discurso de Moro foi uma bela peça de ficção, digna de um Oscar. Ele foi bem treinado para esta manhã no glorioso Centro de Convenções Ulisses Guimarães. O discurso escrito para alguém digno de um estadista, mas ele apenas o leu.
Aquilo no texto bem construído, não era sobre ele. Era sobre um juiz honesto, cumpridor das leis e respeitador da Constituição Federal. Definitivamente, Sérgio Moro nunca foi um juiz justo. O tempo todo julgou pensando numa cadeira, ou no STF, ou no Congresso, ou na Presidência da República. Ele se acha um herói. Mas, na verdade, é o bandido do filme. No Brasil heróis são aqueles sujeitos que matam muitos inocentes para salvar um refém. Sérgio Moro é tudo, menos herói.
A menos que seja um herói bandido, o que parece mais ajustado. Se comporta como quem não participou diretamente da eleição de Bolsonaro. Como quem não agiu nas trevas para prender um candidato líder nas pesquisas em 2018. Não. Sérgio Moro é tão culpado quanto cúmplice desta terra arrasada que ele pintou no discurso como a causa da volta dele ao Brasil. O texto continha muitas mentiras e fantasias. Foi um discurso totalmente falso, imaginário e infeliz para o momento no qual vive o país.
O Brasil precisa de um salvador da Pátria sim, mas Moro não é este ser. Na verdade, ele é um dos causadores dessa tragédia, responsável direto e indireto por milhares de desempregos, fome e mortes. Sinto ter jogado água no chope de quem ainda comemorava o discurso ufanista de Sérgio Moro. Ele não é e nunca será o Salvador da Pátria. Quac! Digo, fim.