Nota da bancada do PT em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios

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A Bancada do PT na Câmara manifesta de maneira irrestrita toda a solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios por sua luta em defesa de direitos e contra a privatização da empresa pretendida pelo governo  Jair Bolsonaro. A heroica greve durante 35 dias contra a intransigência e autoritarismo da direção da empresa e do governo Bolsonaro evidenciou a capacidade de resistência da categoria em defesa de sua dignidade e interesses profissionais.

Ao mesmo tempo, a Bancada do PT contesta a absurda decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de dar apenas 2,6% de reajuste salarial aos funcionários dos Correios – a categoria pleiteava 5% – e de manter a exclusão das cláusulas do atual acordo coletivo de trabalho que estaria em vigência até 2021, o que significa retirar direitos e reduzir a remuneração dos trabalhadores da empresa pública.

O Tribunal, criado para defender os trabalhadores, atuou em sintonia com a autoritária e intransigente direção da ECT, retirando direitos históricos da categoria conquistados ao longo de anos de luta coletiva. Trata-se de um frontal ataque aos direitos da classe trabalhadora e revela, ao mesmo tempo, um Judiciário profundamente separado da busca de justiça social e de dignidade aos trabalhadores.

Os lucros da ECT, demonstrados pela ministra Kátia Arruda, que votou pela manutenção de todos os benefícios dos empregados, mostram que faltou critério técnico e sobrou política na decisão do TST contra os trabalhadores da ECT.

Em ambos os casos – o autoritarismo e arrogância da direção da ECT e do governo Bolsonaro e a decisão do TST de retirar direitos da categoria – revelam-se uma grave ameaça à democracia e a interferência do atual governo no Judiciário, em defesa de uma política neoliberal, antinacional e frontalmente contra a classe trabalhadora.

A Bancada une-se aos trabalhadores da ECT neste momento grave, solidariza-se com sua luta em defesa de direitos e manifesta repúdio às políticas ultraliberais de Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que incluem a privatização de empresas como a ECT, estratégica para os interesses nacionais.

Brasília, 23 de setembro de 2020

Enio Verri (PR), líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados