NEGRO NU

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Pobre e negro, vítima de injustiças sociais

 

Pobre e negro, vítima de injustiças sociais
Pobre e negro, vítima de injustiças sociais

Justiceiros da Zona Sul

Eles assim se apresentaram

Amarraram o negro nu

Logo depois que o açoitaram

 De um lado os arautos da ordem

Sacramentam a violência

E o pivete, preto e pobre

Em vão tenta opor resistência

  Nos cansamos de ladrões

Essa foi a alegação

Chavearam os grilhões

Sem qualquer legitimação

  O negro nu foi notícia

Deu em rede nacional

E aquela jornalista

O chamou de marginal

 

Marginais nós todos somos

Depende do ponto de vista

Sujos são os dos quilombos

Limpos são os elitistas

 O negro nu representa

A choldra monumental

E a classe opulenta

Quer higiene social

 Ignoram garantias

Ignoram a Constituição

E de forma cruel e fria

Fazem justiça com as próprias mãos

 O negro nu se salvou

Graças a uma boa ação

Mas dizem que ele roubou

Isso é mera acusação

 Há quem fique indiferente

Há quem deseje sua morte

Negro nu, você é gente

Siga em paz, e boa sorte!

 

Autor: Vitor Guglinski