PORTO VELHO- Dizendo-se cristãos, opositores à criação do Conselho para Políticas Públicas em prol da comunidade LGBTTT estão fazendo pressão para que o governador Daniel Pereira (PSB) vete o projeto. “Os opositores ao projeto ignoram estudos de agências internacionais de direitos humanos que revelam que aqui se mata mais do que em 13 países do Oriente Médio e África, onde há pena de morte para a homossexualidade”, publicou a blogueira e ativista de Rondônia, Luciana Oliveira, no site Brasil 247. De acordo com Luciana, a cada 19 horas, um homossexual ou transgênero é assassinado ou suicida. De 2000 a 2017, o número de LGBTs assassinados saltou de 130 para 445.
No artigo assinado pela ativista, ela observou que no dia em que a vida de mais um travesti foi tirada com extrema violência, o deputado federal Marcos Rogério (DEM-RO), publicou um vídeo nas redes sociais para dizer que o Brasil não deve “avançar” na agenda de proteção aos LGBTs. O deputado evangélico fez questão de se opor à criação do Conselho Estadual LGBT, que o governo propôs e a Assembleia Legislativa aprovou. “O avanço dessa agenda representa um retrocesso, um afronta à família e um risco à criação de políticas públicas, especialmente na educação”, justificou o deputado. Luciana lembrou que o deputado Marcos Rogério que se diz a favor da família, votou sim pela PEC 241, que congelou por 20 anos, investimentos em serviços essenciais às famílias, como saúde e educação.A ex-senadora Fátima Cleide (PT), que já relatou a criação do Conselho em nível nacional se manifestou: “Eu acredito que o governador Daniel Pereira que é uma pessoa comprometida com a inclusão social, não vetará a criação do Conselho de políticas públicas para pessoas LGBTTIs. Seria negar toda uma história de vida comprometida com os avanços sociais e civilizatórios”, disse ela.
Memes homofóbicos
Nas redes sociais os deputados Léo Moraes (Pode) e Jesuíno Boubaid (PMN) estão sendo ridicularizados. Nas igrejas, pastores ligados a deputados da bancada evangélica estão demonizando parlamentares favoráveis ao projeto pró-LGBTTT. “Fizeram uma reunião na igreja evangélica com 1000 pessoas e estão execrando com o Léo Moraes. Passando filme do pronunciamento dele”, contou uma ativista ao Mais RO.A guerra atingiu até a família do presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Maurão de Carvalho (MDB), pré-candidato ao governo de Rondônia.