Mesmo sem chuva expressiva, rio Madeira sobe em Porto Velho

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45Os meses de novembro e dezembro de 2014 foram marcados por precipitação abaixo da média climatológica em praticamente toda a bacia do rio Madeira, entre a Bolívia e o norte de Rondônia.

Na região do departamento de Beni, no norte boliviano, o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia da Bolívia (Senamhi) registrou precipitação até 65% abaixo do esperado, o que não comprometeu a agricultura e a pecuária local, severamente castigadas pela enchente recorde no início do ano, onde mais de 100 mil cabeças de gado morreram afogadas.
Atualmente, o nível do rio Madeira sobe diariamente, mesmo a justificativa para tal aumento sendo a informação errônea das chuvas que caíram nas cabeceiras dos rios Beni, Madre de Deus e Mamoré, por parte de centros de pesquisas brasileiros ligados ao governo federal.
Nesta     quinta-feira (08), o nível do rio Madeira, no distrito de Abunã, primeiro posto de aferição de dados telemétricos após a entrada das águas da Bolívia em solo brasileiro, atingiu a marca de 19,50 metros, acima da cota de alerta, com permanência de 5%, que é de 19,73 metros. O nível normal do rio na região é de 16,58 metros.
Em Porto Velho, o rio Madeira também encontra-se mais elevado que no mesmo período de janeiro de anos anteriores à construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.

A régua da estação telemétrica da Agência Nacional de Águas (ANA) indicou na manhã desta quinta-feira nível de 13,66 metros, às 01h15, ainda dentro da margem de normalidade, pois a cota de alerta é acionada quando o mesmo supera 14,19 metros. O valor atual, porém, está acima da média para o início de janeiro.

Em março de 2014, o rio Madeira na capital de Rondônia chegou a 19,75 metros, o maior valor já observado desde que as medições tiveram início, ainda na década de 70. Mais de 500 mil pessoas foram afetadas pela enchente recorde em três municípios de Rondônia, dois do Amazonas e no Acre. A rodovia federal BR-364 ficou submersa por quase três meses e 11 dos 13 distritos de Porto Velho, praticamente desapareceram em meio à enchente.
A crise econômica gerada na agricultura local após a cheia mais grave já vista no rio Madeira ultrapassou os R$ 500 milhões, bem além da ajuda liberada pelo governo federal, de pouco mais de R$ 50 milhões.

Fonte: Mais RO com De olho no Tempo