Mesmo debaixo de chuva, escolas de samba de Porto Velho desfilam

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Asfaltão no camarote do vice-governador antes do desfile
Asfaltão no camarote do vice-governador antes do desfile
Asfaltão no camarote do vice-governador antes do desfile

Mesmo sob forte chuva que caiu sobre Porto Velho na noite de sábado, 5, o público compareceu  para assistir ao desfile das quatro escolas de samba do Grupo Especial. A torrencial chuva quase adia ou cancela o desfile, mas a persistência dos presidentes das agremiações e do presidente da Federação das Escolas de Samba, Hudson Mamede falou mais alto e aconteceu o desfile. Na sexta, desfilaram as escolas do grupo de acesso: Acadêmicos da Zona Leste, Império do Samba e Rádio Farol. Ontem, Asfaltão, Diplomatas do Samba, Armari Grande e São João Batista. O desfile aconteceu com mais de três horas de atraso. A última escola, A Acadêmicos de São João Batista, programada para desfilar as 23h20 desfilou às 3h30 da manhã deste domingo, encerrando os desfile às 5 horas.

Asfaltão abriu o desfile

Quem abriu com bastante alegria e belas fantasias foi a GRES Asfaltão que completa 45 anos este mês e traz como samba-enredo “Não sei se é sonho, utopia ou ilusão, vou cumprir minha missão”. A escolha do tema, realizada em abril do ano passado, foi internamente e muito disputada, tendo a votação ido até para o 2º turno “tiveram 3 temas disputando para ver quem conseguiria […] fomos para o auditório e fizemos a projeção em slides e fizemos nossa defesa. Cada um na sua defesa coloca como imagina e como quer que a escola saia, foi uma disputa muito difícil”, analisou Silvia Pinheiro, diretora de comunicação da escola Asfaltão.

São João Batista homenageou os Gurgacz

A escola de samba São João Batista que homenageou o clã Gurgacz, levou o samba-enredo “Da jardineira ao ecoturismo: Assis e Nair, o sonho que virou realidade e foi além”. O tema retrata a trajetória de vida do casal empreendedor, baseado na história contada pelo livro Eucatur 50 anos.

A letra e música da escola é de autoria do Sílvio M. Santos, diretor de harmonia da São João Batista. Segundo ele, o sonho de Assis era ser motorista de ônibus ou possuir um, “a gente vai tratar da história do casal, que é uma história muito bonita […] ele começou como engraxate, o pai dele mandava ir estudar e em vez dele estudar, ia pra praça engraxar sapatos”, explicou Sílvio. Ele trabalhava como engraxate durante as folgas, pois também trabalhava como vendedor, “pegava a bicicleta para vender linguiça, rádio e máquina de costura”, ressaltou Alberto Rodrigues, conhecido como Pai Beto, presidente da escola São João Batista.

a gente vai tratar da história do casal, que é uma história muito bonita […] ele começou como engraxate, o pai dele mandava ir estudar e em vez dele estudar, ia pra praça engraxar sapatos

Logo depois, Assis já era motorista de caminhão e realizava transporte na rota entre São Paulo e Paraná, “pegou contrato de um alambique de pinga. O dono do alambique, o Barnabé, gostou tanto do motorista, do interesse dele, que deu uma carga para ele de pinga”, relatou Santos. Foi quando compraram o primeiro ônibus e ele conheceu a Nair “tudo começou com a jardineira, que é o ônibus número um, foi comprada em 31 de março de 64”, disse o diretor.

Neste momento Nair trabalhava com Assis no ônibus, “ela foi outra força na vida dele. Ele dirigia e ela era cobradora dele, e empurrava o ônibus quando atolava”, informou Pai Beto. Ainda segundo ele, quando vieram para o Estado de Rondônia tiveram que enfrentar muitos problemas na região, “tiveram peito para vir embora pra cá, muita chuva, lama, atoleiro, doenças e os índios”, finalizou.

A família enviou o livro, Eucatur 50 anos, que conta a história deles para construção da apresentação da escola, “todo o desfile foi baseado na história do livro, no samba fala sobre os veículos de comunicação, aquela jardineira hoje é um grupo: jornal impresso, emissora de TV, rádio e faculdade.”, concluiu Sílvio.

Com 12 anos, escola já foi campeã três vezes no Carnaval

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Fonte: Mais RO com informações do G1 e Diário da Amazônia