Menina envia carta para gerente de loja pedindo comida para ela e irmãos

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O gerente Daniel Justino, que trabalha numa loja de materiais para construção na cidade de Cerejeiras (RO), foi para o serviço numa manhã da semana passada num dia que tinha tudo para ser como outro qualquer.

Ao chegar ao trabalho, porém, o gerente recebe uma carta escrita a mão, num envelope feito com folhas de caderno.

Na carta, uma garota de 10 anos, cuja inicial do nome é B., pede um “presente” de Natal. O presente que a menina pediu não foi brinquedo, nem celular, nem outro produto do tipo. “Ela pediu comida”, conta o voluntário, emocionado.

A carta recebida pelo gerente conta o drama da garota. Ela tem mais dois irmãos, o garotinho L., de 7 anos, e a menina N., de 4. A autora da carta informa também que a irmã mais nova pede leite e bolacha para a mãe, mas não tem. “Queria uma comida diferente para passar o Natal”, diz um trecho da correspondência.

Na carta, a garotinha também conta que a mãe dela, que mora sem o pai das crianças, veio para Cerejeiras há 60 dias, não estava conseguindo emprego, tinha que pagar o aluguel e vivia do Bolsa Família. E na correspondência também foi informado o endereço da família.

Com o endereço em mãos, o gerente foi visitar a casa da criança. “Todas as informações da carta bateram. A mulher e as crianças estavam vivendo com R$ 200 do Bolsa Família”, diz Justino.

Imediatamente, uma rede de amigos foi acionada pelo gerente e doações foram levantadas para a garota e a família. “Conseguimos até um emprego para a família dela”.

Frequentador da Igreja Adventista do Sétimo Dia desde criança, o gerente da loja que recebeu a carta é, de certa forma, acostumado a dar a mão para quem está em necessidade. “A nossa igreja ajuda muito. Fazemos cestas básicas todos os anos”, conta. Mas, mesmo assim, a carta da garota o deixou abalado. “É uma situação que a gente pode achar que não existe, mas que está aí, bem próximo a nós”.

Fonte: Folha do Sul