Marcos Rocha, sai da toca! Bolsonaro já começou a troca de favores

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"Não haverá indicações políticas no meu governo", diz Marcos Rocha. Foto SICTV

PORTO VELHO- O governador eleito de Rondônia, Marcos Rocha (PSL) disse que acabou a era da troca de favores políticos por cargos públicos. Que não aceitará indicações políticas no governo dele, eleito que foi, na onda Bolsonaro. Marcos Rocha está eleito por acaso, segundo ele próprio. Mas, passada a fase do susto, a ficha tem que cair e o discurso de campanha deve ficar de lado. “Acabou a fase da troca de favores. Meu governo será composto por gente competente, especializada e ninguém será escolhido por indicação política, seja de que partido for”, disse ele em entrevista à SIC TV. Fechado entre quatro paredes e sem a presença da imprensa, Marcos Rocha está compondo o secretariado dele. As pressões do MDB são grandes, já que no ano passado, fez parte do governo Confúcio. Será que ele vai se manter firme?

Por outro lado, as primeiras entrevistas do presidente eleito Jair Bolsonaro e de seus ministros já escolhidos confirmaram as suspeitas: a campanha do PSL era só mesmo retórica vazia e barulhenta, e o próximo governo vai ser montado na base da improvisação. Não é só pelo acinte, como disse o ex-governador Geraldo Alckmin, de o presidente eleito ameaçar a “Folha de S. Paulo” com corte de verbas públicas oficiais por não gostar da linha editorial do jornal, no dia seguinte a promessas de respeitar a liberdade de imprensa. Na questão crucial da reforma da Previdência, ficou claro que a estratégia para encaminhá-la vai ser montada, em linguagem clara, nas coxas.

Ingerências e interferências

As primeiras indicações para o ministério Bolsonaro já contradizem a falácia de que não haverá ingerências partidárias nas indicações. Pois é só o que está havendo. O pior de tudo é que tanto Marcos Rocha de Rondônia, quando Bolsonaro, dizem que não haverá troca de favores. A indicação do ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro é o quê, cara pálida? Sérgio Moro, nas palavras do próprio Bolsonaro contribuiu com a eleição dele. Durante a campanha, Bolsonaro abusou do uso da Lava Jato, principalmente em relação à Lula, condenado e preso injustamente, sem provas. Moto interferiu nas eleições de 2018. Na mais clara interferência do Judiciário no processo político-eleitoral, o juiz Sergio Moro tornou público o acordo de delação do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho. A seis dias do primeiro turno da eleição presidencial, Moro ajudou Jair Bolsonaro (PSL) e prejudicou Fernando Haddad (PT).

A delação teve grande exposição pública e foi tema do noticiário na reta final das eleições. Moro reacendeu acusações antigas contra o PT. Assim, ajudou o candidato do PSL por meio de um ato que poderia ter adiado para depois das eleições.

O Ministério Público Federal rejeitou acordo de delação com Palocci por entender que o ex-ministro apresentou informações que já constavam de colaborações de Marcelo Odebrecht, Joesley Batista, Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Renato Duque, entre outros.

Não é a primeira vez que Moro interfere no processo político. Em março de 2016, o juiz federal divulgou ilegalmente grampo de conversa entre Dilma Rousseff e Lula. O ato impediu a nomeação de Lula para a Casa Civil e tirou força da então presidente para resistir ao impeachment.

Nessas negociações políticas que estão ocorrendo, caso mantenha o que disse na campanha e repetiu depois de eleito, Marcos Rocha não aceitará negociar cargos em seu governo.

Mais RO com informações de Época, Sérgio Pires e Blog do Kennedy