Manobras em assembleia que filiou sindicato dos trabalhadores dos Correios na CSB são  questionadas

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Filiados estão questionando os procedimentos adotados pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (SINTECT), Antônio Edson Antunes da Cruz, que caracterizariam manobras para forçar a filiação do sindicato à Central Sindical CSB.

Tudo teria começado com uma inusitada convocação de duas assembleias distintas, realizadas no mesmo dia 29 de julho último, uma com primeira convocação às 17h10 e a outra na sequência com primeira convocação às 18h40; um verdadeiro ineditismo sindical, já que não há qualquer justificativa para duas assembleias no mesmo dia.

A primeira assembleia teve como ponto de pauta a desfiliação da CUT e filiação à CSB; a segunda assembleia tinha como pauta referendar a pauta de reivindicações e eleger um representante para o comando de negociação. Bastaria uma única Assembleia.

Exibindo Assembleia dos Correios 29.07.jpgcutttqqqqDurante a assembleia o filiado Manoel Santana levantou duas questões de ordem: uma foi sobre o horário da primeira assembléia que foi durante o expediente, o que impediu os trabalhadores de participarem, sendo que apenas quinze compareceram; e a segunda, foi sobre o direcionamento do edital, pois foi a diretoria que escolheu a qual Central se deveria filiar, não deixando alternativas, por exemplo, para se discutir filiação a uma outra Central que não fosse CUT ou CSB, o que é antidemocrático e ilegal.

As manobras da diretoria do SINTECT já constava do panfleto convocatório, ao afirmar que o objetivo era “provocar a categoria para saber sobre possível desfiliação da CUT, pois sabemos que essa Central é partidária. Por outro lado pedimos a categoria para filiarmos à CSB que não tem partido político e não cobra mensalidade do Sindicato”. Entretanto, o presidente nacional da CSB, Antonio Neto, foi indicado por Michel Temer para presidir o setorial sindical nacional do PMDB. Uma enganação dos trabalhadores.

O filiado Santana questiona a pressa da direção do SINTECT em definir uma nova filiação, pois a eleição da entidade está suspensa pela Justiça do Trabalho e a atitude mais coerente seria esperar a definição do processo eleitoral para em seguida a nova diretoria abrir um amplo debate sobre filiação ou não e a qual Central.

O vice presidente da CUT, Célio Barros, alertou os trabalhadores de que a diretoria do SINTECT está entregando o sindicato da categoria para uma Central Sindical ligada umbilicalmente ao PMDB de Michel Temer, que pretende privatizar os Correios, aumentar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos, aprovar a terceirização irrestrita, dentre outros terríveis ataques aos trabalhadores.