Por Hédio Júnior
De um lado, um presidente da República operado, obrigado a jogar a toalha para a votação de umareforma que não vai mais acontecer este ano. Do outro lado da praça, um Supremo Tribunal Federal que adiou para fevereiro o fim do julgamento sobre a autonomia da Polícia Federal negociar delações. Em meio aos dois poderes, no Congresso Nacional a conclusão de uma comissão parlamentar de inquérito que acabou em pizza ao querer punir investigadores e poupar investigados. ÁUDIO: Confira a versão de rádio desta matéria Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer voltou a Brasília depois de passar por um procedimento para desobstrução da próstata. Ficou dois dias de molho, articulou por telefone, o que não foi suficiente para colocar na pauta do plenário da Câmara o texto da reforma da Previdência que tanto quer ver aprovado. A expectativa agora é fevereiro de 2018. Temer chegou e finalmente empossou o deputado federal Carlos Marun a ministro da Secretaria de Governo. Peemedebista do Mato Grosso do Sul, Marun tem como missão unir a base e votar a reforma tão logo os deputados retornem em fevereiro. Um trabalho de articulação que se torna mais fácil quando se circula na Câmara cheia com plenário em movimento. Não será o caso, já que os parlamentares anteciparam suas férias e só devem mesmo voltar em massa depois do Carnaval. Antes de se licenciar da Câmara e virar ministro, Marun deixou sua marca de defensor leal a Temer. Fez um parecer como relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a CPMI da JBS, na tentativa de enquadrar o ex-procurador-geral da república e desafeto do governo, Rodrigo Janot. Inicialmente, quis que Janot fosse indiciado, mas recuou e manteve apenas um pedido de investigação do procurador que teria cometido o crime de investigar o presidente da República sem autorização do Supremo Tribunal Federal. A comissão era pra investigar a empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista, presos por falcatruas e pagamento de propinas a centenas de políticos em todo o país – nenhum deles sequer citados no relatório. E no Supremo, ficou para fevereiro o término do julgamento sobre a manutenção da lei que autoriza a Polícia Federal a negociar delações premiadas. Até o momento, a Corte tem maioria de 6 votos a 1 a favor das delações negociadas pela PF, mas todos com divergências. A missão do governo neste recesso será angariar no mínimo 308 votos, dos 513 deputados, para aprovar a reforma da Previdência. Ficará a cargo de Carlos Marun, agora no Palácio do Planalto, mobilizar seus colegas de férias e com Brasília vazia. Um final de ano e janeiro que prometem ser longos para o núcleo do Palácio do Planalto. Agência do Radio Mais |
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