Justiça nega habeas corpus e motorista que atropelou e matou ciclista em racha segue preso

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A Justiça de Rondônia negou pedido de habeas corpus para o motorista de 24 anos que atropelou e matou um ciclista no Espaço Alternativo, em Porto Velho. Gabriel Vilela Dantas está preso desde 24 de julho. A vítima, Thiago da Silva Santos, de 22 anos, foi arremessada cerca de 30 metros após ser atingida pelo veículo de Gabriel.

O habeas corpus solicitado pela defesa de Gabriel Vilela Dantas Lima Pinto alegava que a prisão preventiva era ilegal, em razão de “estarem presentes os requisitos autorizadores”. O advogado também requereu a concessão da liberdade em sede de liminar, ou a aplicação de outras medidas cautelares diversas da prisão cautelar.

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Rondônia, em decisão unânime, negou o habeas corpus com pedido de liminar e manteve a prisão preventiva de Gabriel Vilela.

Para os desembargadores, não houve qualquer ilegalidade na decisão do juiz de primeiro grau, que foi quem decretou a prisão preventiva.

Prisão

Gabriel foi preso em flagrante no mês de julho, segundo consta no processo, pois praticou o crime de homicídio doloso ao dirigir e participar de uma disputa de racha.

De acordo com a denúncia, no momento em que os suspeitos Gabriel Vilela e Vitor Renato Lopes da Silva consentiram em participar da disputa de racha, ambos sabiam do risco que a ação poderia causar a outros veículos ou pedestres presentes no perímetro do Espaço Alternativo.

Após ter atropelado Thiago, Gabriel tentou fugir do local. No entanto, por intervenção de populares e policiais militares, o suspeito não conseguiu.

A prisão é uma forma prudente para evitar que, caso o suspeito fique em liberdade, venha fujir da aplicação da lei penal, segundo a Justiça de Rondônia.

O fato do Gabriel Vilela ser motorista profissional de aplicativo e demostrar uma conduta para prática de disputa de racha em via pública, foi observado pelos membros da Câmara que a liberdade do suspeito geraria intranquilidade social e traria riscos à integridade física de todos.

Segundo motorista foragido

O segundo motorista envolvido no racha e citado no processo, Vitor Renato Lopes da Silva, de 18 anos, segue foragido desde 14 de agosto.

O promotor Gerson Martins Maia destacou que ,após perceber a morte do jovem, Vitor fugiu no Corolla. Ele se apresentou na delegacia dias depois e foi liberado.

Segundo a Polícia Civil, o carro foi um presente de uma familiar a Vitor em seu aniversário de 18 anos. Ela chegou a ser indiciada por entregar o veículo a pessoa não habilitada, mas não foi denunciada.

O advogado de Vitor nega que seu cliente estivesse participando de um racha porque estava numa velocidade 30% menor que o carro que atingiu o ciclista.

Gabriel Vilela Dantas Lima Pinto, Vitor Renato Lopes da Silva e o carona foram denunciados pelo crime de homicídio que resultou em perigo comum e uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima.

Morte do ciclista

No dia 24 de julho, Thiago da Silva Santos voltava de um passeio de bicicleta no Espaço Alternativo quando foi atropelado em uma faixa de pedestres.

Thiago da Silva Santos tinha 22 anos e morreu atropelado durante racha em Porto Velho na sexta-feira (24).  — Foto: Reprodução/Instagram

Thiago da Silva Santos tinha 22 anos e morreu atropelado durante racha em Porto Velho na sexta-feira (24). — Foto: Reprodução/Instagram

Em entrevista ao G1 no último dia 24 de setembro, dois meses após o acidente, a mãe de Thiago disse estar mantendo o quarto do filho da mesma forma. “Não tenho coragem de mexer em nada dele aqui. Ele era tão zeloso, cuidadoso com as coisas dele”, revelou a mãe.

A mãe do jovem, Miracilda Maria da Silva, de 54 anos, apontou também a falta dele no cuidado com o pai, que sofreu um acidente vascular cerebral e se locomove por cadeira de rodas.

“Eu preferia que meu filho estivesse preso igual ao que matou ele, porque pelo menos eu ia lá poder vê-lo”, desabafou.

Fonte: G1