A Justiça decidiu manter na prisão o pai e a madrasta suspeitos de espancar e matar uma menina de 2 anos, em Ariquemes (RO). Nesta terça-feira (24) o casal passou por uma audiência de custódia, que “consiste na garantia de rápida apresentação do preso a um juiz em casos de prisões em flagrante”, porém o judiciário entendeu que os dois devem continuar presos preventivamente.
Lauanny Hester Rodrigues morreu após ser espancada em casa pelo pai, William Monteiro da Silva, 25 anos, e a madrasta, Ingrid Bernardino Andrade. O crime foi no último sábado (21), no bairro Marechal Rondon.
Na última segunda-feira (23), a Polícia Civil divulgou que esta não foi a primeira vez que Lauanny foi agredida pelo pai. Em fevereiro, a menina teve o braço quebrado. Lauanny até chegou a ser retirada do convívio familiar e ficou sob tutela do estado por dois meses, mas voltou a ser entregue ao pai.
Após a audiência de custódia no Fórum de Ariquemes, a defesa do casal não quis falar com a imprensa para comentar a decisão. Willian ficará preso na Centro de Ressocialização, enquanto a companheira está no Presídio Feminino.
O que se sabe até agora:
- A polícia acredita que a menina foi espancada e morta depois de rasgar um pacote de farinha de trigo;
- O laudo aponta que Lauanny morreu com traumatismos múltiplos;
- No corpo dela havia fraturas graves no crânio, tórax, quadril e abdômen;
- Na delegacia, Willian não chorou por ter matado a filha;
- Segundo a polícia, a mãe de Lauanny deixou a criança aos cuidados do pai há cerca de 1 ano e a mulher não foi mais vista pela família;
- A defesa do casal diz que o pai negou ter agredido a criança a ponto de matá-la;
Morte de Lauanny
Lauanny Hester Rodrigues, morreu depois de ser espancada pelo pai e a madrasta no fim da manhã do sábado (21), no bairro Marechal Rondon, em Ariquemes.
Pai de menina segue preso em Ariquemes — Foto: Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Militar (PM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados por vizinhos que ouviram a criança sendo agredida. Porém, quando a equipe médica e a guarnição chegaram a menina não apresentava mais sinais vitais.
O pai da criança, William, e a madrasta, Ingrid, foram localizados pela PM em uma prainha. Segundo a corporação eles estavam deitados embaixo de uma árvore junto com um bebê de 5 meses, que é filho do casal.
Segundo Rodrigo Camargo, delegado responsável pelo caso, durante o interrogatório os suspeitos disseram que, de fato, tinham batido na menina por duas vezes.
Madrasta a menina está presa em Ariquemes — Foto: Polícia Civil/Divulgação
“Às 2h40 da manhã eles acordaram, foram até a cozinha e viram que a criança tinha rasgado um saco de farinha de trigo. Diante disso, o pai acabou dizendo que para corrigir acabou agredindo a criança. Uma agressão absurda que, na minha visão e da polícia judiciária, configura tortura”, disse o delegado.
Fonte: G1