Irmã de Aécio pegou dinheiro sujo, diz Lava Jato: e agora, Moro?

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domingoTrechos de um relatório da Polícia Federal, anexado ao inquérito da Andrade Gutierrez na Lava Jato, aponta que o senador Aécio Neves (PSDB) pediu dinheiro ao ex-presidente da empresa, Otávio Marques de Azevedo, em novembro de 2012, para uma associação civil comandada por Andrea Neves, irmã do ex-presidenciável, em Minas Gerais.

Segundo o documento, Aécio teve uma reunião com Otávio Azevedo em 21 de novembro de 2012, na cobertura da mãe do senador, no Rio de Janeiro. Um dia depois, Azevedo teria consultado a liberação do repasse à entidade chamada Servas (Serviço Voluntário de Assistência Social), que tinha Andrea Neves à frente desde 2003 – ano em que Aécio assumiu o governo de Minas pela primeira vez.

“No dia 22/11/2012, Otávio recebe mensagem de José Augusto Figueira, então suplente do conselho de administração da Oi e presidente da Oi Futuro. Na mensagem, Figueira informa a Otávio que ele possui saldo de R$ 1,5 milhões e que ‘para o Servas reservara, 160 ou 320 mil e que aguarda retorno asap’ [sigla que, em português, significa ‘assim que possível’]”, informa o Estadão desta terça (12).

A Andrade Gutierrez é uma das acionistas da Oi, o que sugere que o pagamento solicitado por Aécio foi feito por intermédio de Azevedo, mas possivelmente pago pela quarta maior empresa de telefonia do País.

Oswaldo Borges, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, apontado como tesoureiro informal de Aécio, além de genro do padrasto do senador, também aparece no relatório da PF – feito a partir da análise de mensagens de celular trocadas por Otávio Azevedo com outros interlocutores.

Nas mensagens, segundo a PF, há indícios de que Oswaldo pediu doações para a campanha de Aécio, durante a disputa eleitoral de 2014, quando o tucano foi derrotado por Dilma Rousseff (PT). Num dos textos, o ex-presidente da Andrade Gutierrez diz a Oswaldo que “já foi feito” o pagamento.

Aécio é alvo de dois inquéritos no Supremo em função de denúncias na Lava Jato.

Segundo o Estadão, Otávio Azevedo não delatou à Lava Jato qualquer tipo de propina paga por contratos obtidos enquanto Aécio governou Minas Gerais.

Jornal do Nassif