Indecisões de Hildon Chaves e Léo Moraes deixam a disputa eleitoral indefinida em Porto Velho

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PORTO VELHO- Os favoritos Hildon Chaves (PSDB), atual prefeito de Porto Velho e o deputado federal Léo Moraes (Podemos), ainda são uma incógnita na disputa pelo Palácio do Relógio (antiga sede da EFMM). Hildon Chaves que se decidiria essa semana, segundo o prazo de 15 dias que deu ao jornalista e apresentador Léo Ladeia (Rede TV RO). Léo Moraes disse ao Mais RO que ainda está sob análise da conjuntura atual a decisão dele. Ambos estão na vitrine, o primeiro como prefeito com a máquina em pleno vapor com obras por todos os lados. O segundo, está em Brasília, votando projetos de interesse da Nação. As indecisões dos favoritos deixam o quadro sucessório indefinido, no aguardo das convenções municipais. Por uma decisão do MDB, George Braga e Williames Pimentel também aguardam ansiosos, sobre quais dos dois, ou um terceiro, será o candidato a prefeito da legenda.

O cientista político João Paulo Viana, professor na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), fez uma análise sobre os principais pré-candidatos. Além de Hildon Chaves e de Léo Moraes, JP aponta a novidade eleitoral no pleito municipal, o também professor da Unir, Vinícius Miguel (Cidadania), o candidato mais votado em Porto Velho, nas eleições para governador em 2018. “Correndo por fora”, JP aponta também o petista Ramon Cujuí, que traz na bagagem lutas sociais e um bom currículo.

Abaixo, a análise na íntegra do cientista político João Paulo Viana

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A DISPUTA ELEITORAL À PREFEITURA DE PORTO VELHO
Por que Hildon (PSDB), Léo Moraes (Podemos) e Vinicius Miguel (Cidadania) são favoritos na luta pelas duas vagas ao segundo turno em PVH?
A campanha eleitoral ainda não começou, mas o quadro da disputa vai se tornando cada vez mais claro ao eleitorado. Ainda que, até o momento, não haja a confirmação de candidaturas de nomes importantes, tudo indica que teremos um alto número de candidatos na eleição majoritária à prefeitura da capital. Certamente, o fim das coligações nas eleições proporcionais é um impulsionador desse elevado número de concorrentes, tendo em vista que, diante desse novo cenário, torna-se imprescindível aos partidos uma maior exposição eleitoral.
Não obstante, nos últimos anos as disputas ao palácio Tancredo Neves já vem sendo caracterizadas pelo alto grau de competitividade, com diversos candidatos com chances reais de chegar ao segundo turno e enormes surpresas nos momentos finais do primeiro turno. Vale recordar que diante de um cenário fragmentado (como foram 2012 e 2016), e com candidatos bons de votos, ao que tudo indica, a eleição de 2020 também será decidida num segundo momento.
Mas vejamos porque considero Hildon, Léo e Vinícius favoritos na disputa pelas duas vagas ao segundo turno.
1)Hildon é o atual prefeito. É natural que largue na frente numa disputa à reeleição. Tem partido forte no estado, estrutura, e dinheiro para gastar na campanha. Ainda que a avaliação do seu mandato não seja muito positiva, nesse cenário fragmentado, alcançar 25% dos votos, o que o levaria ao segundo turno, me parece bastante factível. Ele é favorito.
2) Léo foi o deputado federal mais votado do estado em 2018. Carismático e articulado, talvez seja hoje o maior puxador de votos da capital. Importante mencionar que vence eleições desde 2012. E mesmo na única disputa em que foi derrotado, pelo próprio Hildon em 2016, chegou ao segundo turno com reais chances de vitória. De lá para cá só cresceu politicamente. Ocupa posição política importante em nível na nacional, na liderança do Podemos, na Câmara dos Deputados. Está hoje muito mais experiente do que em 2016. Se realmente for candidato vai dar trabalho nessa eleição.
3) Vinicius Miguel foi disparado o mais votado em PVH ao governo estadual no ano de 2018, quando obteve quase 1/3 dos votos da capital, cerca de 10% a mais do que Marcos Rocha, o vitorioso na disputa. Advogado, sociólogo, doutor em Ciência Política, e professor da universidade federal, com participação ativa no debate público estadual e nacional, é dotado de indiscutível capacidade intelectual, articulado, carismático, e com forte poder de argumentação e penetração nos movimentos sociais. A participação nos debates é um ponto forte do candidato, que esse ano chega à disputa liderando o Cidadania, e muito mais maduro do que em 2018, quando concorreu a um cargo eletivo pela primeira vez. Tem tudo para conseguir um excelente desempenho e chegar ao segundo turno com grandes chances de vitória.

O candidato que corre por fora: Ramon Cujui

4) Ramon Cujui, presidente municipal do PT, é ativo militante dos movimentos sociais no estado. Bacharel em Direito e História, servidor de carreira da Justiça do Trabalho, Ramón é o candidato do PT na disputa municipal. O partido possui historicamente cerca de 10% dos votos no estado, e em PVH não é diferente, pois conta com forte militância. Sem falar das vitórias com Roberto Sobrinho, ainda que em contextos específicos, nos anos de 2004 e 2008. Não pode ser subestimado.
Não obstante, faltam mais de 3 meses para a eleição de 15 de novembro. E as disputas tem se tornado cada vez mais imprevisíveis nos últimos anos. Basta lembrar que poucas semanas antes do primeiro turno das eleições de 2016 e 2018 ninguém imaginava que Hildon seria o prefeito de PVH e Marcos Rocha o governador de Rondônia. Há outros candidatos que podem surpreender, como Breno Mendes (Avante), o Coronel Ronaldo Flores (SD), Cristiane Lopes (PP), Fabrício Jurado (DEM) e Samuel Costa (PCdoB).
Entretanto, se a eleição fosse amanhã, não teria dúvida em apontar Hildon Chaves, Vinícius Miguel e Leo Moraes (não necessariamente nessa ordem) como os principais nomes que estariam na luta pelas duas vagas no segundo turno.
Por Mais RO com análise de João Paulo Viana (Unir)