Impeachment deve ser interrompido porque é um crime em plena execução

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Comissão Especial do Impeachment 2016 (CEI2016)
Comissão Especial do Impeachment 2016 (CEI2016)
Não há dúvidas de que o processo de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff (PT) foi motivado por vingança de Eduardo Cunha (PMDB) aliado à tentativa de barrar a Lava Jato comprovado através de gravações. O impeachment de Dilma se baseou em crimes de responsabilidade fiscal, o que, comprovadamente não ocorreu. Durante os depoimentos na Comissão Especial de Impeachment (CEI) no Senado Federal, ficou patente a inexistência de crimes e a gritante tentativa de senadores favoráveis ao impedimento de Dilma para provar o contrario.

A prova maior de que o impeachment tem motivações políticas são as gravações feitas pelo ex-senador Sérgio Machado (PMDB) que flagrraam uma plano diabólico para barrar a Operação Lava Jato. Nas conversas gravadas, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sugere que só teria uma maneira de barrar a Lava Jato: provocar o impeachment de Dilma Rousseff. Por conta destas gravações Romero Jucá foi exonerado do cargo de ministro do Planejamento.

Cada vez mais patente, o processo de impeachment de Dilma Rousseff ora em curso é a execução cabal de um crime. É um crime em curso transmitido ao vivo para milhões de brasileiros.

Os beneficiados com o afastamento de Dilma estão diretamente ligados a crimes de corrupção detectados pela Operação Lava Jato. De 22 ministros de Michel Temer, 15 estão citados na Lava Jato, inclusive o do próprio presidente interino.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz acreditar que o presidente interino Michel Temer (PMDB) montou o seu ministério com o objetivo de colocar um freio nas investigações da Operação Lava-Jato.

Trechos do pedido de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) enviado por Janot ao Supremo Tribunal Federal demonstram essa interpretação.

Na peça, o procurador-geral da República afirma que as conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado com os peemedebistas demonstram que um “acórdão” seria colocado em prática após a chamada “solução Michel”, isto é, com a aprovação do afastamento de Dilma Rousseff no Senado e a chegada de Temer à presidência.
Para Janot, as nomeações de Jucá para o Ministério do Planejamento, do filho de Sarney, Zequinha Sarney, para o Ministério do Meio Ambiente, e de Fabiano Silveira, ligado a Renan, para o ministério que substituiu a Controladoria-Geral da União, tiveram esse objetivo. Também entraria nessa estratégia a distribuição de cargos para o PSDB.

Para o procurador, a intenção dos peemedebistas era “construir uma ampla base de apoio político” para conseguir aprovar pelo menos três projetos no Congresso, um para enfraquecer o instrumento da delação premiada, outro para reverter a decisão do STF de permitir a prisão após a segunda instância e um terceiro para mudar a lei sobre acordos de leniência.

— Essas três medidas seriam implementadas no bojo de um amplo acordo político: tratar-se-ia do propalado e temido “acordão”, que envolveria o próprio Supremo Tribunal Federal — afirma Janot.

Apesar dos apontamentos do PGR, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, negou o pedido de prisão dos três peemedebistas. Para o magistrado, apenas a presunção de “força política” dos investigados para tentar obstruir a maior operação já desencadeada contra a corrupção não é elemento suficiente para mandar prendê-los.