Ictio: Ciência Cidadã comemora adesão de novos estudantes e pescadores voluntários em Porto Velho

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O projeto Ciência Cidadã encerra o ano com as últimas atividades de mobilização e comemora a adesão dos voluntários na pesquisa, totalizando 51 usuários cadastrados no app ICTIO. Com a retomada gradativa das atividades presenciais nas escolas, a equipe de pesquisadores percorreu unidades educacionais de Porto Velho e de comunidades ribeirinhas do Baixo Madeira.

Nas últimas semanas, as atividades ocorreram na E.E.E.M. Major Guapindaia (Porto Velho), E.E.E.M. Professora Juracy de Lima Tavares (distrito São Carlos) e reassentamento Riacho Azul. Estudantes e pescadores puderam conhecer de perto por meio de oficinas realizadas nas escolas e comunidade como é o funcionamento do aplicativo, como fazer o cadastro, participar do projeto e registrar as suas pescarias, além de entender a importância dos registros de capturas de espécies da região para a continuidade e sustentabilidade de atividade pesqueira em toda a bacia do Madeira.

Ao registrar as capturas no aplicativo, os voluntários – sejam eles estudantes, pescadores comerciais, amadores ou esportivos – ajudam a formar um banco de dados que permite entender como anda a migração dos peixes para reprodução e a disponibilidade das espécies em toda a bacia.

“Um dos problemas é exatamente a falta de dados sobre a exploração e os impactos sobre os peixes, a exemplo da implantação das usinas hidrelétricas do Rio Madeira”, explica Carolina Rodrigues da Costa Doria, pesquisadora e doutora em Ciências Socioambientais e coordenadora do Ciência Cidadã em Rondônia. Segunda ela, essa falta de informação não permite a participação dos pescadores e ribeirinhos em discussões e proposições de políticas públicas para o setor, por exemplo.

Tanto nas escolas quanto nas comunidades, um grande número de estudantes e pescadores demonstraram interesse em contribuir com o projeto, atuando como cientistas cidadãos na coleta de dados e também na divulgação da ferramenta.

A equipe de coordenação do Ictio faz o acompanhamento dos dados juntos às escolas e voluntários, possibilitando que eles entendam como funciona a dinâmica das coletas e tratamento dos dados. Em São Carlos, o projeto disponibilizou um aparelho celular para que os estudantes que não possuem aparelho também possam fazer os registros.

Carolina Doria esclarece que o aplicativo não tem o papel de fiscalização, uma vez que os registros feitos não são rastreados. “Cada lista de pesca registrada vira um código, e nós não temos acesso a quem registrou nem a localização, recebemos apenas os dados sobre as espécies que são fornecidas por cada voluntário”, explica.

Durante o defeso, quando a pesca comercial de espécies nativas em período de reprodução (Pescada, Surubim, Caparari, Pirapitinga, Jatuarana, Dourada, Filhote e Pirarara) é proibida, ribeirinhos podem continuar incluindo as capturas feitas para consumo, dentro do limite estabelecido, bem como os pescadores esportivos, além das dezenas de espécies permitidas, como Jaraqui, Curimatã, Pacu, Piramutaba, entre outros.

Lançado como parte do projeto Ciência Cidadã para a Amazônia, o aplicativo ICTIO (www.ictio.org) foi desenvolvido pela Wildlife Conservation Society – WCS e Cornell Lab of Ornithology e os sócios da Rede Ciência Cidadã para a Amazônia, sendo implementado pela Ação Ecológica Guaporé – ECOPORÉ (https://ecopore.org.br) e o Laboratório de Ictiologia e Pesca aa Universidade Federal de Rondônia (LIP/UNIR).

E para contribuir com o projeto, basta baixar gratuitamente o aplicativo pelo Google Play Store, buscando por Ictio. Ainda não há versão disponível para iOS. Para dúvidas e informações, basta entrar em contato com a equipe através do telefone 69 99231-7883 ou e-mail [email protected]). Acesse também as redes sociais Facebook e Instagram do @ictioapp_ro e faça parte dessa rede.

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