Homem que matou namorada em teste de fidelidade é condenado e chora ao ouvir sentença, em RO

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Depois de quase dois dias de julgamento, o acusado de matar a namorada em um suposto teste de fidelidade, Ismael José da Silva, foi condenado a 14 anos de prisão pelo crime. O julgamento de Ismael iniciou na quarta-feira (23). Após ouvir a sentença, o réu chorou. O regime é inicialmente fechado.

Durante a sessão, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) pediu que três testemunhas de acusação falassem em plenário. Já a defesa do acusado apresentou cinco testemunhas. O júri foi presidido pela juíza Ligiane Zigiotto Bender. O advogado do réu informou já ter recorrido da decisão.

Ismael foi condenado por homicídio qualificado (meio de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), mas absolvido da acusação de ocultação de cadáver.

Durante o júri desta quinta-feira, a defesa apresentou apenas um vídeo do delegado que falou em juízo em 2017, ano em que o juiz inocentou Ismael. Já o promotor fez sustentação por 1h30, depois houve um recesso de 15 minutos. Durante tarde ocorreu a réplica e a tréplica.

Após o término do julgamento, Ismael foi levado à Casa de Detenção.

Ismael foi condenado a 14 anos de prisão em Cerejeiras. — Foto: Renato Barros/Rede Amazônica

Ismael foi condenado a 14 anos de prisão em Cerejeiras. — Foto: Renato Barros/Rede Amazônica

1ª condenação

No primeiro julgamento, Ismael José da Silva foi absolvido do crime de homicídio qualificado. Mas foi considerado culpado por ocultação de cadáver e condenado a um ano de reclusão e 10 dias multa. Ismael terá o direito de recorrer em liberdade. Ele namorava Jéssica na época em que aconteceu o assassinato.

Já o primo dele, Diego de Sá Parente, envolvido no caso, foi condenado a 18 anos de reclusão por homicídio qualificado e mais um ano por ocultação de cadáver. O juiz não concedeu a ele o direito de recorrer da decisão em liberdade.

Em entrevista na época, Ismael informou que discordava da decisão. “Não esperava esse resultado, pois sou inocente. Em nenhum momento ocultei cadáver. Vamos recorrer da decisão. Eu sou inocente de tudo”, disse.

Diego de Sá (de camisa social branca) e Ismael José da Silva (de camisa social azul) foram condenados. — Foto: Eliete Marques/G1/Arquivo

Diego de Sá (de camisa social branca) e Ismael José da Silva (de camisa social azul) foram condenados. — Foto: Eliete Marques/G1/Arquivo

Assassinato após ‘teste de fidelidade’

Jéssica Hernandes Moreira, a namorada de Ismael, desapareceu em 20 de abril de 2017, depois que saiu de casa de bicicleta. No mesmo dia, familiares registraram uma ocorrência na polícia informando o sumiço da jovem.

No dia 24 de abril, o corpo da jovem foi localizado na Linha 4, zona rural de Cerejeiras. Duas mulheres que faziam caminhada pela estrada sentiram um forte cheiro e encontraram o corpo envolto em uma lona. No dia seguinte, o namorado dela, Ismael, e o primo dele, Diego de Sá, foram presos suspeitos de envolvimento na morte.

Na época, a polícia pontou que Ismael seria extremamente ciumento na relação e estava desconfiado de Jéssica, onde decidiu fazer um “teste de fidelidade”.

Em seguida, Diego atraiu a jovem para um casa, dizendo que tinha provas de que o primo a havia traído. Na casa, Ismael ficou escondido enquanto Diego tentava uma confissão de traição da adolescente.

Jéssica Moreira Hernandes tinha 17 anos quando foi morta. — Foto: Facebook/ ReproduçãoJéssica Moreira Hernandes tinha 17 anos quando foi morta. — Foto: Facebook/ Reprodução

Jéssica Moreira Hernandes tinha 17 anos quando foi morta. — Foto: Facebook/ Reprodução

Ele contou que Jéssica assumiu uma traição, mas o delegado acredita que ela pode ter assumido apenas na intenção de descobrir também algo sobre a fidelidade de Ismael.

Após ouvir a suposta confissão, na versão de Diego, Ismael se descontrolou, deu um golpe com um pedaço de ferro na cabeça da garota, provocando o desmaio dela. Depois ele tomou uma faca e atacou a jovem, levando à morte dela.

A determinação de um novo julgamento, que acontece desde a manhã desta quarta-feira (23), ocorreu porque a defesa do réu e Ministério Público Estadual (MP-RO) recorreram da sentença do júri realizado em agosto de 2018.

Fonte: G1