Governo afegão solta quase todos os detentos talibãs

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Conselho de Segurança Nacional anunciou a liberação de 400 prisioneiros. Só permanecem detidos aqueles que França e Austrália se opuseram à liberação.

O governo do Afeganistão anunciou nesta quinta-feira (3) que libertou quase todos os prisioneiros talibãs, relatando um grande avanço no processo de paz no país. A França e a Austrália se opuseram à liberação de culpados de matar alguns de seus cidadãos.

“O governo libertou os últimos 400 prisioneiros, com exceção de alguns que dizem respeito aos nossos parceiros. Esperamos que as negociações [com os talibãs] comecem rapidamente”, tuitou Javid Faisal, que é porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC, um órgão governamental).

Acordo com os EUA

Em fevereiro, o Talibã assinou um acordo com os Estados Unidos, que confirmaram a saída das tropas estrangeiras antes de meados de 2021 em troca de várias concessões, incluindo negociações de paz com o governo de Cabul.

Programada para ter início em março, a abertura dessas negociações sem precedentes foi adiada por divergências sobre a troca de cerca de 5 mil detentos talibãs contra cerca de mil membros das forças afegãs.

O processo de soltura dos prisioneiros vem ocorrendo aos poucos. Na terça-feira (1º), 153 foram soltos, e outros 47, na segunda (31). Os talibãs também confirmaram que 200 de seus membros foram libertados nos últimos dois dias.

EUA x Talibã

Os EUA e o Talibã estão em guerra, dentro do território afegão, desde 2001. O então presidente americano George W. Bush ordenou a invasão em outubro daquele ano em resposta aos ataques de 11 de setembro. A decisão foi tomada após o Talibã se recusar a entregar Osama bin Laden, idealizador do atentado às Torres Gêmeas.

Bin Laden só foi morto em 2011 em uma operação americana no Paquistão.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 100 mil civis foram mortos ou feridos no conflito apenas na última década. Os EUA gastaram cerca de US$ 1 trilhão (R$ 4,5 trilhões) em despesas militares no Afeganistão.

Fonte: G1