Governistas terão que se desdobrar para convencer o eleitor a conceder mais quatro anos a Marcos Rocha

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RESENHA POLÍTICA – POR: ROBSON OLIVEIRA (*)

Após umas boas férias ao lado da família na minha bucólica João Pessoa, este cabeça-chata retorna com a coluna para tentar registrar os fatos políticos estaduais e nacionais no ano em que as disputas eleitorais prometem ser acirradas e violentas.

CENÁRIOS

No plano nacional o ex-presidente Lula (PT) mantém a dianteira nas primeiras pesquisas divulgadas, rivalizando com o presidente Jair Bolsonaro (PR) que tem se mantido em segundo lugar. A terceira via tanto almejada por uma elite decadente, embora com percentuais ainda baixos em relação aos dois primeiros, aparece o ex-juiz lava-jatista Sérgio Moro (PODEMOS) empatado com o ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT). Na rabeira aparece o governador do PSDB de São Paulo, João Dória, que nem entre os tucanos tem conseguido empolgar. O cenário atual revela percentuais favoráveis para o retorno do ex-presidente petista que venceria todos os adversários num eventual segundo turno.

MILAGRE

Mas como em eleição e mineração é preciso aguardar a apuração, os adversários torcem para que haja uma pedra no meio do caminho de Lula que seja capaz de impedir o seu retorno ao palácio do planalto, apesar de que os caminhos do petista hoje de retorno à presidência sejam muito mais planos do que dos adversários. Ao que parece os concorrentes do ex-presidente vão precisar de um pedregulho na caminhada de Lula para tentar mudar o atual cenário eleitoral.

GOVERNO

Já para o governo de Rondônia nem todos os partidos definiram os seus candidatos seja em razão de barreiras judiciais, seja em razão da viabilidade eleitoral. Léo Moraes (PODEMOS), Marcos Rocha (União Brasil), Anselmo de Jesus (PT), Marcos Rogério (PR), Confúcio Moura (MDB), Hildon Chaves (PSDB) e Ivo Cassol (PP) são os nomes mais especulados. Desta relação pelo menos três deles não devem estar na disputa motivo pelo qual qualquer pesquisa apurada no momento sirva tão somente para verificar de que lado o vento sopra para biruta. As definições mesmo das candidaturas vão ser procrastinadas em sua maioria até perto das convenções que devem ocorrer entre 20 julho e cinco de agosto.

DESAFIO

O governador Marcos Rocha, candidato natural a reeleição, terminou o ano contabilizando alguns avanços no campo político com novas filiações ao seu partido União Brasil. Entretanto, o maior desafio agora é defender na campanha o legado de sua administração que, a princípio, não tem muito o que mostrar. O asfalto executado na capital, por exemplo, por si só, não é capaz de projetar a administração estadual uma vez que o prefeito Hildon Chaves conseguiu asfaltar vinte vezes mais que o feito pelo DER. Estas obras dão mais visibilidade ao governador quando executadas em municípios menores, nos mais densos, se diluem e confundem com as ações da municipalidade. O próprio Pronto Socorro da capital, tão festejado pelos governistas, não passou de um projeto inicialmente em execução que não estará em funcionamento quando a disputa começar pra valer. Quem olha as pesquisas colhidas internamente e sabe interpretá-las concluirá que os governistas vão ter que se desdobrar para convencer o eleitor a conceder ao atual governador mais quatro anos. Embora em política nada seja impossível.

JANELA

Sem as coligações nestas eleições, a atual realidade conspira contra muitos pré-candidatos a deputado federal e estadual. A legislação permite a junção destas legendas através de uma federação, instrumento político cuja função obriga que os partidos estejam juntos nas eleições por quatro anos consecutivos e ainda assim por decisão dos diretório nacionais. A exceção à regra, no entanto, denominada de janela, permite que os atuais parlamentares migrem para outra legenda sem perder o mandato por infidelidade, entre os dias três de março e 1º de abril. A partir daí veremos quais partidos ou federações têm mais probabilidade para levar as vagas de deputado federal e estadual. Hoje são poucas legendas que sozinhas na disputa têm condições de eleger bancadas.

PIADA

A simples especulação da transferência do domicílio eleitoral do ex-ministro do Meio Ambiente, encalacrado no STF, Ricardo Sales, de São Paulo para Rondônia e ser ungido a candidato a candidato a senador é uma piada, e sem graça.

REFLEXOS

A proposta foi feita por alguém (um suposto pecuarista de Ji-Paraná) sem nenhum traquejo nos bastidores partidários e sem respaldo político que garanta ao ex-ministro do Meio Ambiente a vaga, além de representar um acinte a um estado que sofre ainda reflexos nas atividades econômicas por políticas equivocadas e tresloucadas de um cidadão que sequer conhece as demandas de Rondônia. É um daqueles convites que ninguém com o mínimo de juízo leva a sério.

HORDA

Aliás, o próprio proponente da candidatura senatorial a Ricardo Salles almeja uma vaga na Câmara Federal sem a garantia de que ele próprio consiga a vaga. O gado que ele representa ao que parece não atende aos seus aboios, o que revela que o convite feito ao ex-ministro seja mais um embuste de uma horda arrogante que surgiu nas urnas das eleições nacionais passadas. O sujeito pode até sem um grande criador de chifrudos, mas isto não significa que tenha votos. Esta coluna abre espaço para comentar este disparate para atender pedido de leitores que exigiram uma posição.

 

RENOVAÇÃO

O ex-presidente a OAB-RO, Andrey Cavalcanti, está sendo sondado por alguns dirigentes de partido para ingressar na política e assumir uma candidatura a deputado federal. O jovem advogado tem agradecido a lembrança e resistido as tentações dos convites, mas seria uma ótima opção para um eleitor ávido na renovação dos quadros políticos de Rondônia, especialmente da bancada federal. Andrey Cavalcanti é hoje uma grande liderança entre os advogados de Rondônia e conhecido em todo o estado.

* Jornalista e advogado

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