Gestalt terapia e reiki são usados em apenados de Rondônia

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Gestalt terapia sendo ministrada por Antônio Ferrara
Gestalt terapia sendo ministrada por Antônio Ferrara
Gestalt terapia sendo ministrada por Antônio Ferrara

Violência tem cura? Essa é uma das perguntas que se faz constantemente dentro de unidades prisionais. E descobrirpontos de luz no como as penitenciárias é uma das propostas do grupo de terapeutas italianos que está em Rondônia desde segunda-feira (26). Eles utilizam o método Gestalt Terapia e vieram conhecer de perto as ações desenvolvidas pela Associação Cultural do Desenvolvimento do Apenado e Egresso (Acuda).

O pesquisador Antônio Ferrara e sua esposa Sônia Zangarini são terapeutas da escola de Cláudio Naranjo e está colhendo material para um documentário sobre o projeto Acuda. Todo material será apresentado em Roma, no simpósio de Eneagrama, previsto para acontecer em novembro. Ferrara está desenvolvendo trabalhos com os reeducandos da Capital e, no sábado (31), segue para o município de Ji-Paraná.

Ferrara aplica a “Gestalt Terapia”, cujo objetivo é fazer o apenado encontrar seu potencial, buscando viver no presente, além de ter uma ampliação de consciência.

Donatella Querci é uma das colaboradoras do documentário e acredita que todo o processo de ressocialização na Acuda é de grande importância. “Trata-se de um trabalho humano, espiritual e terapêutico. Esse documentário é para testemunhar e filmar todo o processo feito aqui, que é pioneiro no mundo”, relata.

Segundo a voluntária Maria da Glória, 52 anos, dentro da associação há vários talentos. “Como educadora quero fazer um levantamento destas habilidades. Estamos contribuindo há muito tempo para que o projeto saia do silêncio”, comenta.

Reeducando relata sua experiência ao grupo.

“Para nós é como um milagre ter alguém no nível do Antônio Ferrara aqui, é uma honra muito grande. Eu acredito muito na recuperação dos apenados”, diz Euza Beloti, que também é voluntária na Acuda.

Há seis meses participando do projeto, o apenado Geilson Araújo, 31 anos, ficou empolgado com os métodos de Ferrara. “Foi uma experiência que eu nunca vivi. Através desta terapia, você se sente mais livre, é algo que eu quero compartilhar lá fora. Participar  disto me deixa muito feliz, aqui é minha outra família. Quando eu sair, quero  ajudar outras pessoas”, finaliza.

A Associação

Os projetos desenvolvidos pela Ong Acuda surgiram em 2001 e são ferramentas importantes na reinserção social. São repassados, por meio de convênio, recursos do governo do Estado como incentivo aos trabalhos realizados.

Em Porto Velho são promovidas atividades como ioga, massoterapia, limpeza auditiva, constelação familiar e o “reiki”, que é uma terapia integrativa voltada para o autoconhecimento.

Os apenados também confeccionam artesanato e cultivam flores ornamentais. Toda a produção é vendida na loja que fica na sede da entidade, junto ao complexo penitenciário.

Fonte
Texto: Celene Gomes e Larissa Lopes – Assessoria Sejus
Fotos: Celene Gomes – Assessoria Sejus
Decom – Governo de Rondônia