Funcionário da inteligência dos EUA diz ter recebido ordens para não falar sobre suposta interferência russa nestas eleições

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Servidor denunciou sofrer pressão para destacar, em relatório, dados sobre supostos esforços da China e do Irã no processo eleitoral; também recebeu pedido para minimizar menções às ameaças de supremacistas brancos nos EUA.

Um alto funcionário da inteligência dos Estados Unidos disse nesta quarta-feira (9) que recebeu ordens da Casa Branca para interromper os relatos sobre interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 3 de novembro. Em vez disso, o governo queria que ele destacasse os esforços da China e do Irã para interferir na votação.

O denunciante é Brian Murphy, alto funcionário do escritório de Inteligência e Análise do Departamento de Segurança Nacional (DHS, na sigla em inglês) que fornecia análises de inteligência sobre a ameaça de interferência russa nos EUA para o governo.

Murphy também relatou que o secretário temporário de Segurança Interna, Chad Wolf, disse que a ordem partiu do assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump, Robert O’Brien, em maio.

Ainda segundo a denúncia apresentada na quarta-feira, Murphy também recebeu um pedido para minimizar a ameaça de grupos de supremacia branca em um documento oficial da inteligência dos EUA. Em vez disso, ele teria que modificar o documento para incluir informações sobre “a relevância dos grupos violentos de esquerda”.

O DHS não se manifestou publicamente sobre a denúncia. Mais cedo, sem mencionar as declarações de Murphy, Wolf afirmou que o órgão “se posiciona de maneira absolta contra toda forma de extremismo, seja por extremistas supremacistas ou por extremistas anarquistas”.

Suspeitas no primeiro mandato

De acordo com agências de inteligência dos EUA, a Rússia interferiu nas eleições de 2016 em benefício do republicano Donald Trump, cuja equipe de campanha foi acusada de conluio com Moscou.

Após uma longa investigação que marcou a primeira metade do mandato do magnata, o então procurador especial Robert Mueller disse não ter encontrado “provas suficientes” de um acordo entre a Rússia e a equipe de Trump. Mesmo assim, Mueller descreveu uma série de pressões preocupantes sobre sua investigação.

Fonte: G1