França decide vetar importação de produtos ligados ao desmatamento da Amazônia

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O ministro francês da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, apresentou  em Paris seu plano para o clima para os próximos cinco anos, que integra o acordo votado na Conferência de Paris, em dezembro de 2015, de luta contra o aquecimento global.

Em uma entrevista coletiva na sede do Ministério, Hulot declarou que as ações serão colocadas em prática paulatinamente. O ecologista anunciou que vai bloquear a importação de produtos florestais ou agrícolas que contribuam para o desmatamento no mundo, principalmente na Amazônia, no sudeste da Ásia e no Congo. Entre os principais itens estão o óleo de palma e soja. “Vamos colocar um fim ao desmatamento importado”, ressaltou.”Esta decisão é importante porque impede de incorporar esse tipo de óleo nos biocombustíveis”, explicou.

O ministro ainda reafirmou o compromisso do país com a neutralidade de carbono. Até 2035, para cada grama de carbono emitida, a mesma quantidade deverá ser retirada da atmosfera.

Para isso, a diminuição da circulação de veículos é essencial. Até 2040, declarou o ministro francês, não haverá mais veículos a diesel e gasolina. A ideia é ajudar financeiramente a população mais modesta a trocar seu veículo tradicional por um carro elétrico.

Outras medidas envolvem o fim, até 2022, da produção de eletricidade a base de carvão, e de investimentos de cerca de € 4 milhões para lutar contra a “precariedade energética.” O preço da tonelada de carvão será superior a €100, disse. Até o final do outono, uma lei também será adotada para colocar um fim à autorização para exploração de petróleo e gás.

Nuclear e desmatamento

O ministro da Ecologia também anunciou que a redução de 50% da parte nuclear na produção de eletricidade até 2025 “é um objetivo que a França espera atingir”. “Meu desejo é dar início a um processo irreversível”, concluiu.