Fora Temer; Fora Cunha; Fora Jucá; Fora Renan e Fora Gilmar: o Brasil em maus lençóis

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Com a recente divulgação de gravações ( VÍDEO COMPLETO ABAIXO) dando conta de que o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) teria atuado para barrar a Lava Jato, não há dúvida de que houve um golpe para afastar Dilma Rousseff (PT). O golpe teve os apoios do STF através de Gilmar Mendes, do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), do senador Romero Jucá (PMDB) e, de Renan Calheiros. Todos os políticos citados são do PMDB, como os leitores  deste site devem ter notado.

O impeachment de Dilma foi um golpe e não resta outra alternativa para a presidenta afastada:convocar uma coletiva e pedir explicações públicas aos atores dos fatos.

Gravado, Renan Calheiros dizia ser inviável a permanência da presidente Dilma Rousseff no poder. “Todos estão putos com ela”, afirmou, em referência aos ministros do STF. Nos áudios, o presidente do Senado relata uma conversa que teve com Aécio Neves e diz que o tucano estava “com medo”.

Leia a gravação que pode derrubar Renan Calheiros da presidência do Senado Federal:

audiorenan

O capítulo 2 dos áudios gravados por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, para negociar sua delação premiada revelam dois extremos: dignidade e indignidade.

Não há, aparentemente, nada que comprometa mais o presidente do Senado, já às voltas com as várias investigações que sobre ele faz Rodrigo Janot. Mas há, no que diz Renan Calheiros na intimidade um retrato impiedoso da vergonha que se tornou o Poder Judiciário.

Em determinado trecho, Renan explica porque Dilma não consegue dialogar com os integrantes do Supremo:

Não negociam porque todos estão putos com ela. Ela me disse e é verdade mesmo, nessa crise toda –estavam dizendo que ela estava abatida, ela não está abatida, ela tem uma bravura pessoal que é uma coisa inacreditável, ela está gripada, muito gripada– aí ela disse: ‘Renan, eu recebi aqui o Lewandowski, querendo conversar um pouco sobre uma saída para o Brasil, sobre as dificuldades, sobre a necessidade de conter o Supremo como guardião da Constituição. O Lewandowski só veio falar de aumento, isso é uma coisa inacreditável’.

Sim, é inacreditável.

Tão inacreditável, aliás, que os ministros do Supremo não se pejaram de, dias antes de votarem unanimemente o afastamento de Eduardo Cunha de acertarem com ele a votação do aumento tão caro a Lewandowski e seus pares. Registra o Estadão, para quem não se recorda:

A votação da urgência do projeto de Lei de reajuste do Poder Judiciário foi acertada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com lideranças partidárias após pedido feito pelo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, em reunião com deputados na última terça-feira, 26  (de abril, não faz um mês!).

Mais adiante, vê-se o papel que o Judiciário jogou com o veto à posse de Lula como ministro da Casa Civil:

MACHADO –(…) Porque deixar esse Moro do jeito que ele está, disposto como ele está, com 18% de popularidade de pesquisa, vai dar merda. Isso que você diz, se for ruptura, vai ter conflito social. Vai morrer gente.

RENAN – Vai, vai. E aí tem que botar o Lula. Porque é a intuição dele…

MACHADO – Aí o Lula tem que assumir a Casa Civil e ser o primeiro ministro, esse é o governo. Ela não tem mais condição, Renan, não tem condição de nada. Agora, quem vai botar esse guizo nela (Dilma)?

RENAN – Não, [com] ela eu conversa, quem conversa com ela sou eu, rapaz.

Com informações do Tijolaço.

, Abaixo, o inteiro teor da gravação.