FERROVIÁRIOS DENUNCIAM DESCASO COM A EFMM NA CORTE INTERAMERICANA DE JUSTIÇA

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Porto Velho, Rondônia – O vice-presidente do Sindicato dos Seringueiros e Soldados da Borracha (SINDSBOR) e da Associação dos Ferroviários, George Teles de Menezes (o Carioca), encaminhou à Corte Interamericana de Justiça, nos Estados Unidos, denúncia atestando o descaso das autoridades brasileiras com a Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM).

O documento, segundo revelou, diz respeito a falta de cuidados e atenção com o Complexo Turístico da Madeira Mamoré, bem como a inércia de órgãos de controle do governo brasileiro cuja atribuição é preservar e conservar o patrimônio cultural, histórico e artístico nacional.

 

Nele é citada a trajetória dos descasos sobre a Estrada de Ferro desde a extinção das linhas no trecho Porto Velho, Jacy-Paraná, Abunã e Guajará-Mirim. No documento é relacionado, ainda os números da depredação despudorada de máquinas e equipamentos (locomotivas, litorinas, estações telefônicas e acervo mecânico).

Em linhas gerais, ‘Carioca’ descreveu aos juízes da Corte toda a trajetória das denúncias, dando conta de todos os problemas que o principal patrimônio histórico de nossa cidade vem enfrentando nas últimas três décadas’.

Na esteira das denúncias, ele cita danos às áreas de proteção das máquinas, fatos em que ao longo dos anos facilitou o roubo de peças, postes, dormentes, trilhos, luminárias e utensílios foram roubados sob o olhar complacente das autoridades’.

O descaso é flagrante ainda nos dias atuais e gira, mesmo sob determinações judiciais, em desfavor da historia, do trabalho dos ferroviários e das tradições ainda mantidos vivos no imaginário do povo rondoniense, atesta ‘Carioca’.

O que se destinou como patrimônio cultural dos porto-velhenses, ao longo da existência da Estrada de Ferro Madeira Mamoré o principal cartão postal da Capital e do Estado, ressaltam ferroviários ainda vivos, ‘aos poucos vai sendo descaracterizado com o roubo e até seqüestro de peças e locomotivas para embelezar praças, logradouros privados e outros espaços’.

Os juízes da Corte Interamericana de Justiça, com sede nos Estados Unidos, foram informados, ainda, da existência de uma verdadeira quadrilha de roubo do acervo, maquinário e uso indevido dos espaços do Complexo Ferroviário por grupos estranhos que exploram atividades comerciais, que não a turística nem preservacionista.

Em que pese hajam recomendações feitas no sentido de que ‘no local só possa existir a Administração, pessoal da Associação dos Ferroviários e do poder público em contato direto com os espaços, ‘o que se vê são viciados em drogas, prostitutas e vagabundos suspeitos não sendo incomodados pelas autoridades’.

O representante do SINDSBOR e dos Ferroviários garantiu, ainda, aos juízes interamericanos que, ‘por força de ação judicial, tenha havido limpeza e iluminação do local, os ataques contra o Complexo da EFMM não pararam’.

E adiantou, na ocasião, que ‘a ordem para a retirada de invasores dos espaços destinados a apenas ao Complexo Ferroviário ainda não foi cumprida’. E que a desafetação de toda a área deve contar com o apoio da secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC).

Por fim, o vice-presidente do Sindicato dos Seringueiros e Soldados da Borracha e dos Ferroviários da Estrada Madeira Mamoré, George Telles de Menezes, apelou aos membros da Corte de Justiça para que intercedam junto ao governo brasileiro para que a Portaria 231/207 e o Decreto Lei 25/37 sejam cumpridos junto ao Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN).