Famosas se revoltam com sentença em caso de Mariana Ferrer

Bruna Marquezine, Rafa Kalimann, Iza, Deborah Secco, entre outras, usaram suas redes sociais para protestar contra a absolvição do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estupro por Mariana Ferrer

Diversos famosos se revoltaram com a sentença do empresário André de Camargo Aranha, acusado pela influencer Mariana Ferrer por estupro. De acordo com o The Intercept, que popularizou o termo “estupro culposo” para tratar o caso, André foi inocentado em setembro.

Segundo o promotor responsável pelo caso, não havia como o empresário saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo portanto “intenção” de estuprar. O juiz aceitou a argumentação e inocentou Aranha por falta de provas de que o ato não foi consentido.

Bruna Marquezine publicou a matéria do caso e lamentou. “‘Estupro culposo’, pqp”, escreveu. “’Estupro culposo’ não existe”, declarou a cantora IZA. “Justiça por Mariana Ferrer”, pediu Deborah Secco. “Mano, o que o Brasil está virando? ‘Estupro Culposo’ não existe! Justiça por Mari Ferrer. Um país onde ser MC é crime e um estuprador é inocentado”, se revoltou MC Rebecca.

Rafa Kalimann estava inconformada com a sentença e desabafou. “‘Não teve a intenção de estupra-lá’. Ahn? Isso existe? Quantas ? Quantas vezes? Quantas vezes mais? Quantos outros medos? Quantas outras agressões? Quantos outros estupros ‘sem querer’? Quanto tempo nós temos? Talvez nenhum. Não dá pra esse medo continuar. Quantas escondem o estupro ou a agressão or medo de expor e ninguém acreditar?”, escreveu.

Anitta manifestou apoio à vítima. “Mariana Ferrer, eu admiro sua coragem de uma forma que você nem imagina”, escreveu ela no Twitter usando a hashtag “justiça por Mariana Ferrer”.

Thaynara OG compartilhou um post sobre a decisão da Justiça e desabafou sobre o que a sentença poderia acarretar. “Entendam como é difícil ser mulher nesse país. O meu maior receio é que essa ‘decisão inédita’ abra precedentes pra inocentar estupradores. Estupro culposo não existe!”, escreveu ela no Twitter, usando a mesma hashtag que Anitta.

Bruno Gagliasso também comentou a sentença. “Vai ficar fácil para criminoso assim, né?”, disse. Gkay e o cantor Silva também se manifestaram — veja os posts abaixo. Até a publicação desta nota, as hashtags “Justiça por Mari Ferrer” e “Não existe Estupro Culposo” estavam em primeiro e em segundo lugar, respectivamente, nos assuntos mais comentados do Twitter.

Bruna Linzmeyer também se manifestou. “Vocês acham possível estuprar sem querer? Estupro culposo é o ato de estuprar alguém sem intenção de estuprar ou de julgar alguém sem a intenção de condenar?”, questionou pelo Twitter.

Fernanda Lima mostrou um infográfico para ilustrar o que caracteriza um estupro e se pronunciou sobre o assunto. “Estupro culposo não existe. Não da pra entrar num tribunal como vítima e sair como culpada. Mariana Ferrer, estou com você. Homens de bem, essa luta também é de vocês”, esceveu ela pelo Instagram.

A arte também foi compartilhada por Sandra Annenberg: “Quer que desenhe? Ta aí!”, completou ela pelo Instagram.

O mesmo foi feito por Taís Araujo. “Bem desenhado pra que todos possam entender que não estupro culposo! Ninguém comete estupro sem intenção. Esse precedente é mais uma violência contra o direito das mulheres”, completou a atriz, usando a hashtag “não existe estupro culposo”.

Julia Konrad também compartilhou a arte e se pronunciou sobre a sentença pelo Instagram: “‘Estupro culposo’ é a forma como Mari Ferrer foi atacada pelo advogado de defesa de seu estuprador durante sua audiência,, e é apenas mais um capítulo dessa história. Em pleno século XXI é inadmissível uma absolvição de um estuprador de vulnerável dessa forma. Estupro sem intenção de estuprar? Isso não existe! Abre-se um precedente perigosíssimo, coloca-se em cheque todo o progresso que tivemos até hoje nesse país em relação a violência contra a mulher. Justiça e sociedade brasileira vitimizam e revitimizam mulheres ao ponto de serem culpadas pela própria violência sofrida, para depois ainda indagar por quê vítimas de violência sexual e contra a mulher têm medo de fazer denúncias. Se com provas a vítima é tratada dessa forma, imaginem sem!”.

Mari Bridi foi breve ao mostrar sua indignação. “Não existe estupro culposo. É inaceitável”, postou ela pelo Instagram.

Entenda o caso

O caso aconteceu em 2018 no Café de la Musique, em Jurerê Internacional, em Florianópolis. Mariana, que na época tinha 21 anos, apareceu nitidamente grogue em um vídeo subindo escadas com a ajuda de Aranha. Seis minutos depois, ela desce, seguida de Aranha. A polícia só solicitou o material de forma oficial ao beach club meses depois do início das investigações, e a boate alegou que o dispositivo de armazenamento exclui as imagens após quatro dias. Por isso, apesar de a boate ter 37 câmeras de segurança, não foi possível recuperar imagens do resto da noite. Mesmo assim, o vídeo vazado na internet foi incluído no processo.

Em seu depoimento à polícia, Mariana afirmou que teve um lapso de memória e acredita ter sido dopada. A única bebida alcoólica anotada na comanda do bar em seu nome foi uma dose de gim. Mariana era virgem até então, o que foi constatado pelo exame pericial.

Apesar do processo correr em segredo de justiça, foi a própria Mariana que tornou seu caso público pelas redes sociais, em maio de 2019. Segundo ela, foi uma forma de pressionar a investigação que considerava parada devido à influência de Aranha, empresário de jogadores de futebol e empresário conhecido no meio artístico.

Fonte: Quem