Executivo da Odebrecht que delatou Cassol, Aécio e Lobão é encontrado morto

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Um dos principais delatores da operação “lava jato”, o executivo Henrique Valladares foi encontrado morto terça-feira (17/9) em sua casa no Rio de Janeiro. O empresário ocupou por anos o cargo de vice-presidente da Odebrecht.

Em sua delação premiada, Valladares revelou à Procuradoria-Geral da República o pagamento de propinas a Ivo Cassol (PP), então governador de Rondônia, e a João Carlos Gonçalves Ribeiro, à época Secretário de Planejamento do Estado.

Ainda não foi divulgada a causa da morte.

Segundo o Ministério Público Federal, Valladares relatou o repasse de R$ 2 milhões a Cassol e R$ 1 milhão a Gonçalves Ribeiro, ‘em decorrência de favorecimento nos procedimentos administrativos atinentes à execução das obras da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, integrante do Projeto Madeira’.

Na época, Cassol declarou que considera injusta e descabida a citação do nome dele, e que a acusação seria uma retaliação por ser contra a isenção de impostos dada aos consórcios que construíram as usinas de Jirau e Santo Antônio.

Analisando a gravação da delação, Henrique Valadares disse que pagou a propina porque Ivo Cassol colaborou bastante para a construção da Usina de Santo Antônio. Foi por reconhecimento.

Na planilha da Odebrecht, Ivo Cassol é o “maçaranduba” e João Carlos, o Dallas. Maçaranduba (ou massaranduba) é uma madeira que em uma casca grossa.

Valadares delatou também Aécio Neves, tendo dito que pagou ao tucano R$ 50 milhões, que foram depositados em contas no exterior. Também alegou ter recebido uma cobrança de dinheiro por Edison Lobão quando o então ministro de Dilma Rousseff estava internado em uma UTI.  O executivo também delatou lideranças indígenas e membros da CUT.