Exame de DNA confirma ser da militante do MAB que estava desaparecida há 11 meses

0
781
Segundo a Justiça, a morte de Nicinha teve indício de execução (Foto: MAB)
Corpo encontrado em junho no lago da barragem da Usina Hidrelétrica de Jirau é mesmo de Nicinhaassassinada Nicinha
Corpo encontrado em junho no lago da barragem da Usina Hidrelétrica de Jirau é mesmo de Nicinha

A Polícia Técnico-Científica (Politec) de Rondônia anunciou, nesta terça-feira (13), que o resultado do exame de DNA confirma que o corpo encontrado é mesmo da militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Nilce de Souza Magalhães, mais conhecida como Nicinha.

Familiares e integrantes do MAB preparam uma homenagem e um ato político em memória da pescadora atingida pela Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau.

Nicinha desapareceu em 7 de janeiro, em Porto Velho (RO), e seu corpo foi encontrado cinco meses depois, há apenas 400 metros de sua antiga moradia, no acampamento de pescadores localizado no rio Mutum.

Ainda em junho, as filhas de Nicinha reconheceram o relógio de pulso, a parte inferior do biquíni e uma bermuda encontrados junto à ossada da mãe. No entanto, a liberação do corpo necessitava da confirmação do exame de DNA, que seria realizado pela Secretaria de Segurança de Mato Grosso, devido à ausência desse serviço no estado de Rondônia.

Militância

Nicinha era conhecida na região pela luta em defesa das populações atingidas e pelas denúncias de violações de direitos humanos cometidas pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR), responsável pela UHE Jirau. A liderança realizou diversas denúncias ao longo desses anos, participando de audiências e manifestações públicas, nas quais apontou os graves impactos gerados à atividade pesqueira no rio Madeira.

Investigação criminal

O Tribunal do Júri Popular dos dois acusados pela morte de Nicinha, os réus Edione Pessoa da Silva e Leonardo Batista da Silva, estava marcado para ocorrer na última quarta-feira (7), quando o desaparecimento de Nicinha completava exatos 11 meses.

O julgamento, porém, foi adiado depois de solicitação da defesa. A Primeira Vara do Tribunal do Júri da comarca de Porto Velho remarcou o júri devido à anexação de um exame pericial ao processo apenas um dia antes do júri, prazo inferior a 72 horas exigidas por lei.

Brasil de Fato