“Exagerado – Tributo a Cazuza” estreia nos EUA e inaugura projeto BIS Music

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O show teatral “Exagerado – Tributo a Cazuza” vai mexer com a memória afetiva de brasileiros que vivem nos Estados Unidos e são amantes do rock nacional dos anos 80 – dias 15, 16 e 23 de setembro em Boston, Miami e Orlando, respectivamente. Trata-se da estreia do projeto BIS Music – idealizado pela BIS Entertainment, produtora pioneira em levar grandes espetáculos do Brasil para a América.

A CEO da BIS, Priscila Triska, conta que os responsáveis pelo tributo a procuraram e que ela e sua equipe se empolgaram rapidamente com a ideia. Segundo ela, o BIS Music é um projeto apoiado pelo Consulado Brasileiro nos Estados Unidos – que une produtores de alto nível para promover os eventos do mês de setembro na Flórida.

“Esse show teatral com certeza nos remeterá a um passado saudoso em todos os sentidos, principalmente pela representação clássica do Barão Vermelho e Cazuza. Espero que tenhamos muitos novos espectadores, de todas as idades e gostos”, destacou Priscila.

Valério Damásio de Araújo, o Valério Cazuza, é o artista que representa o aclamado cantor e compositor no tributo. Ele sustenta com louvor o título de melhor cover de Cazuza no Brasil e conta ter aceitado o desafio de encarnar Cazuza aos 28 anos. A partir disso, passou a decorar as letras e a conhecê-lo efetivamente, tornando-se um grande fã.

Conheça a trajetória de Valério Cazuza

Por obra de seu talento, além de algo que acredita ser “sagrado”, neste ano de 2017 completará 12 anos de carreira passando com seus shows pelos principais palcos das capitais brasileiras – faltam apenas cinco estados para a turnê fechar o mapa brasileiro, com milhões de  espectadores. Outros shows em casamentos e empresas, no Uruguai e África do Sul, contratados por brasileiros que vivem nos dois países, culminando com a turnê nos Estados Unidos em setembro de 2017, avalizam seu profissionalismo. Mas não explicam o coração apertado e os olhos marejados de quem assiste suas performances, mesmo em vídeos, pela emoção causada por sua impressionante semelhança com o ídolo da geração dos anos 80.

E essa mesma emoção já conquistou músicos que conviveram com Cazuza, tanto na banda quanto em carreira solo. Valério diz, por exemplo, que teve contato e cantou três vezes com o Barão Vermelho, mais especificamente com o guitarrista Fernando Magalhães, que se uniu à trupe a partir de 1986, e o baixista Rodrigo Santos, integrante da banda desde 1992, que encara o desafio de substituir Roberto Frejat nos vocais, desde janeiro deste ano. Frejat assumiu os vocais justamente na saída de Cazuza, por 30 anos.

“Não foi fácil no início, pois para mim ainda era um laboratório para entrar no personagem e as pessoas já esperavam o Cazuza. Mas entendi, com ajuda de terapia, que o grande lance era colocar minha personalidade dentro do personagem. Assim, a simbiose foi perfeita e sem grilos. Hoje, entro e saio do personagem numa boa.”, revela Valério Cazuza.

Ele explica que cada música é uma história e que pontua os temas sob seu ponto de vista antes de cantá-las, para que o público consiga entrar na sintonia das músicas com mais facilidade e não perder nenhum momento do show. Segundo Valério, a preparação antes dos shows envolve toda uma equipe, figurinos que remetem à figura de Cazuza, a preparação da voz, mas o trabalho principal é seu, pois precisa se concentrar no personagem e imaginar o que Cazuza faria.

Nesses 12 anos, Valério Cazuza ressalta que personificar o grande cantor e compositor, para que o público o mantenha sempre na memória, é essencialmente prazeroso. “É um prazer com responsabilidade, pois meu papel também é passar o melhor dele para o grande público, mostrando o verdadeiro poeta que ele é, pois um poeta não morre”.

Cazuza

Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, morreu aos 32 anos no dia 7 de julho de 1990, cinco anos após ter descoberto ser portador do vírus HIV. Em 1981, foi indicado para uma banda que estava se formando no bairro do Rio Cumprido, no Rio de Janeiro, o Barão Vermelho, que logo estourou com as músicas “Bete Balanço” e “Pro Dia Nascer Feliz”.

Para conquistar maior liberdade de expressão e por desentendimentos com integrantes do Barão, lançou carreira solo em 1985, quando gravou o primeiro álbum “Exagerado”, que além do sucesso homônimo ainda emplacou “Codinome Beija-Flor”, entre outros. Outro álbum de Cazuza bastante cultuado até os dias de hoje é “O Tempo Não Para”, gravado ao vivo no Canecão (Rio), quarto da carreira solo e penúltimo trabalho antes de sua morte.

 

Fotos: https://we.tl/6dNMDrZ2fL

Crédito: Karen Tríbuzy e Carol Garcia