Ex-Lava Jato diz que Bolsonaro acabou com operação “por medo”

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Por Congresso em Foco

O ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima e diferentes políticos reagiram negativamente à declaração de Jair Bolsonaro de que “acabou” com a operação Lava Jato porque “não existe mais corrupção no governo”. A fala aconteceu nesta quarta-feira (7) durante cerimônia de lançamento do programa Voo Simples, no Palácio do Planalto.

“É um orgulho, uma satisfação que eu tenho de dizer para essa imprensa maravilhosa nossa, que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo”, disse. “Eu sei que isso não é virtude, é obrigação. Para nós, fazemos um governo de peito aberto”, completou.

O antigo membro da força-tarefa em Curitiba, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse pelo Facebook, que Bolsonaro acabou com a Lava Jato “por medo”. O lavajatista também afirmou que o presidente é “um dos responsáveis por matar” a operação. Para isso, aponta, se uniu a “Renans, Maias, Aras, Toffolis e Gilmares, e todos, de mãos dadas em torno do grande acordão nacional, resolveram salvar o sistema podre e nefasto da corrupção política. Bolsonaro é um estelionato vergonhoso”, disparou.

Já o deputado Ivan Valente (Psol-SP) disse que Bolsonaro “jamais poderia dizer que acabou com a Lava Jato, isto é interferir no MPF”, o parlamentar complementou afirmando que o discurso do presidente “é criminoso e ridículo”.

A ex-líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), acusou o presidente de mentir e disse que ele protege os novos aliados. Joice rompeu com o presidente no fim do ano passado, após divergências no PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu presidente.

O líder do Novo na Câmara, Paulo Ganime (RJ), disse que lógica é “péssima” e negou que a corrupção tenha acabado no Brasil. O Novo é uma das bancadas mais alinhadas ao governo no Congresso.

 

O líder do Podemos na Câmara, deputado Léo Moraes (RO), reiterou a necessidade de apoiar a Lava Jato. O partido é um dos maiores defensores da operação no Congresso. “Precisamos continuar apoiando o combate à corrupção em nível federal, estadual e municipal. O Brasil avançou muito nos últimos anos. Precisamos aproveitar o “despertar” da sociedade e a renovação política para avançar ainda mais na agenda anticorrupção no país”, disse.

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