ENTREVISTA: RONDINELI GONZALEZ

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Rondineli Gonzalez, jornalista e chargista
Rondineli Gonzalez, jornalista e chargista

 

Nosso entrevistado de hoje é o jovem jornalista e chargista Rondineli Freitas Cerdeira, conhecido como Rondineli Gonzalez, 36 anos. Nascido em Porto Velho (RO), atua na mídia como arte finalista, blogueiro (humor) e é, atualmente, assessor de imprensa sindical. Gonzalez é casado, pai de três filhas maravilhosas e se diz “um trabalhador que busca ter uma vida digna e dar essa mesma vida digna às pessoas que amo”. Na profissão – embora afastado no momento das redações, Gonzalez procura sempre combater as mazelas da sociedade, como a criminalidade brutal que assola as cidades e, principalmente, o desrespeito, o descaso e a ‘filha-da-putice’ dos administradores públicos (prefeitos e governadores), bem como dos políticos que dizem nos representar, como vereadores, deputados estaduais e federais, senadores e tantos outros corruptos que, infelizmente, ainda se beneficiam da impunidade que impera nesta Nação. Não tem partido político, é cristão e torcedor do Flamengo. No gosto musical se considera bastante eclético. “Gosto de todos os estilos ou músicas, cantores ou bandas que tem na música alguma mensagem de amor, de luta social ou de lição de vida, não importa o idioma. Por isso mesmo sou fã de várias bandas e artistas, entre eles Pink Floyd, Scorpions, A-Ha, Phil Collins, mas, também curto música eletrônica e, claro, um rock bem pesado, no estilo Metallica, System Of a Down, Slipknot ou Rage Against The Machine. Ou seja, é difícil definir um estilo próprio, mas posso me resumir no campo musical como o ‘cara que odeia tudo que é populista demais, que está na boca do povão, como forró, axé, sertanejo universitário, pagodão ou o maldito funk’. Tudo que é demais é porcaria no showbizz”. Irreverente, tem página no Facebook onde é crítico nos debates e às vezes perde amigos por sua contundência verbal. Leia agora a entrevista:

+RO:- Como você vê o governo Dilma e o que achou do governo Lula no ponto de vista político e social?

Gonzalez:- Partindo da premissa que antes do governo Lula o Brasil já havia percebido um ligeiro avanço no campo social, com o governo FHC (antes dele um telefone residencial chegava próximo do valor de uma casa ou de um carro e eram poucos os cidadãos que tinham acesso à telefonia móvel ou internet), creio que o governo Lula se destacou muito no campo social, com programas que fizeram a diferença na vida das famílias mais pobres, mesmo que estes programas não tenham atingido as metas sonhadas por seus executores. Não há como negar que Lula, em oito anos, foi o presidente que fez a ‘real e nítida mudança’ na vida dos mais pobres deste país e, por isso mesmo, conseguiu eleger sua pupila e então ministra Dilma Rousseff.  Já Dilma, na minha singela opinião, não tem feito a ‘revolução’ prometida, apenas dando ‘continuidade’ a um sonho do próprio tutor Lula que, por sua vez, também não conseguiu erradicar a fome e a miséria no Brasil.

Gonzalez (terceiro da direita para esquerda) com os jornalistas Yodon Guedes, Robson Oliveira e o senador Valdir Raupp
Gonzalez (terceiro da direita para esquerda) com os jornalistas Yodon Guedes, Robson Oliveira e o senador Valdir Raupp

+RO:- Como você vê o governo Confúcio Moura? Nota de zero a 10.

 Gonzalez:- Um quadro de tristeza e desapontamento completo com este governo. Votei em Confúcio, pois até então ele era tido como um ótimo político no Legislativo, tanto que fora eleito e reeleito várias vezes para a Câmara Federal. No entanto, no Executivo, deixou a desejar completamente, e isso por conta de sua falta de ‘mão firme’ com seus assessores e colaboradores irresponsáveis, incapacitados ou, ainda pior, criminosos. O governador chega a me passar a imagem do “Santelmo”, personagem do mestre Chico Anysio, que era tão ingênuo que não chegava nunca a desconfiar que sua esposa Dadivosa o traia.

Nota 2!

 

O humor sarcástico é a marca registrada de Gonzalez
O humor sarcástico é a marca registrada de Gonzalez

 +RO:- Como você vê a administração Mauro Nazif? Nota de zero a 10.

Gonzalez:- Deprimente, irritante, revoltante, ridícula, patética, bisonha, uma tragédia grega. Assim como o governador Confúcio, Nazif (que também é médico) foi um dos parlamentares mais aprovados pelo eleitorado rondoniense, tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara Federal. Mas, como prefeito, neste primeiro ano, foi até pior que aquela desgraça chamada Roberto Sobrinho que, pelo menos nos seus primeiros quatro anos administrando Porto Velho, fez alguma coisa (por menor que fosse) para a cidade e seus munícipes, tanto que acabou se reelegendo. Nem sei por qual destes dois últimos prefeitos tenho mais ojeriza. Nota zero, e com louvor!

+RO:- Como você a atuação da Assembleia Legislativa?

Gonzalez:- Vejo como um filme de terror que não tem fim. O enredo é sempre o mesmo, os mesmos clichês, as mesmas falcatruas, o mesmo corporativismo, a mesma cara de pau de seus membros, só mudam os personagens. Tirando um ou outro (como o presidente Hermínio Coelho, por qual tenho apreço e admiração), a grande maioria é formada por ‘produtos’ (comprados ou vendidos) a serviço da corrupção ativa e passiva.

+RO:- Como você vê a atuação da Câmara dos Vereadores de Porto Velho?

Gonzalez:- Infelizmente, apesar de ter alguns poucos representantes que fazem valer a pena os votos de confiança neles depositados, creio que a Câmara de Vereadores também é uma Casa de Leis que tem, em sua maioria, ‘gados’ a serviço da corrupção, especialmente a corrupção oriunda do Palácio Tancredo Neves. Mas destaco aqui bons vereadores, exceções a esta triste regra, como Everaldo Fogaça, Léo Moraes e o presidente Alan Queiroz.

+RO:- Copa do Mundo! O Brasil deve ser campeão? Por quê?

 Gonzalez:- O Brasil tem que ser campeão! Tem obrigação de ser campeão, mesmo não tendo o melhor time. Porque é o dono da casa, porque investiu dinheiro público nisso tudo, ou seja, tirou da boca de muitas famílias pobres o alimento que virou cimento nas reformas e construções de estádios e arquiteturas olímpicas. É uma resposta a ser dada ao povo brasileiro, por obrigação!

+RO:- Futebol regional. Por que o nosso futebol não vai para frente? Falta o quê?

 Gonzalez:- E desde quando tem futebol em Rondônia? Só se for nos campos dos bairros, nos campeonatos comunitários, porque futebol profissional aqui neste Estado é utopia total e mais tolo ainda é quem acredita nesta ‘fantasia’.

+RO:- Em sua opinião, quais deputados federais mais se destacaram? Por quê?

 Gonzalez:- NEGATIVAMENTE:

a) Natan Donadon, preso por inúmeros crimes e ainda foi ‘absolvido’ por seus pares na Câmara Federal, manchando mais uma vez o nome do Estado.

b) Moreira Mendes: O único que diz ser a favor do famigerado Projeto de Lei 4330, o PL da Terceirização.

POSITIVAMENTE: Nenhum, pois não vejo nenhuma atividade deles.

+RO:- Em sua opinião, qual dos senadores mais se destacou? Por quê?

Gonzalez:- Nenhum!

+RO:- Diga o nome de um candidato ao governo de sua preferência. Por quê?

Gonzalez:- Não tenho nenhum candidato neste momento. Só sei que não voto mais em Confúcio Moura nem por decreto.

+RO:- Em sua opinião, Rondônia tem liderança política nata ou ainda vai se consolidar politicamente como Amazonas, Acre, Pará, etc?

 Gonzalez:- Tem sim! O povo é que não sabe reconhecer isso, prefere continuar votando em ‘velhos nomes’ ou em ‘nomes novos’ apresentados por estas raposas velhas.

+RO:- O que você acha da criminalidade que assola o País, em especial Rondônia?

 Gonzalez:- Poderia dizer que é culpa da falta de investimentos em educação, emprego, qualidade de vida, cultura ou esporte, mas devo dizer que é mais a ausência de Deus no coração das pessoas mesmo.

+RO:- – Como você vê o projeto de se aplicar 75% do royalty do petróleo em educação?

Gonzalez:- Se for verdade e se for realmente aplicado nisso – e somente nisso – com certeza vejo com bons olhos.

 +RO:– Lei das cotas raciais para ingresso em concurso público e universidades. É contra ou a favor?

 Gonzalez:- Já fiz uma publicação no Facebook a respeito deste tema que gerou inúmeros comentários. Sim, é um assunto polêmico, mas volto a dizer que ‘cotas raciais’ é algo ainda mais racista do que a própria segregação racial de séculos atrás, pois a inteligência, a capacidade intelectual ou de aprendizado de uma pessoa não se mede pela cor da pele. Portanto, sou totalmente contra.

+RO:- Bolsa Família. É um bom programa social? Por quê?

 Gonzalez:- É um bom programa social, que ajuda muita gente que realmente necessita. No entanto, acabou se tornando um ‘estilo de vida’, uma espécie de alento para muitos que estão aí despreocupados em ter uma vida mais digna, isenta dessa condição de refém do dinheiro alheio.

+RO:- Em sua opinião, Rondônia tem cultura? Os eventos culturais estão a contento?

Gonzalez:- Tá bem longe disso! A cultura está para Rondônia assim como as obras ‘concluídas’ dos viadutos estão para Porto Velho: um sonho distante ou quase inexistente.

+RO:- Como você vê a chegada (finalmente) do Teatro Estadual que inaugura em abril?

Gonzalez:- Ainda tem gente que acredita em Papai Noel?

N.R. O Teatro Estadual tem previsão para inaugurar no dia 25 de abril.

+RO:- Que personalidade de mundo cultural (já falecido) deveria dar nome ao teatro estadual?

 Gonzalez:- Não conheço nenhum. Prefiro não opinar.

+RO:- Como você vê nome de escolas públicas homenagearem familiares de políticos corruptos?

Gonzalez:- Com um saco de vômito a tiracolo. Isso me enoja!

+RO:- O programa ‘Mais Médico’ foi uma boa iniciativa do Governo Federal?

 Gonzalez:- Para os cubanos sim, pois aqui no Brasil eles ganham salário que em Cuba não ganhariam. Para o Governo Federal foi melhor ainda, pois vai pagar salário de fome para estes médicos cubanos, promovendo ‘saúde’ aos brasileiros com mais essa escravidão do Terceiro Milênio. Ou seja, se o escravizado está é achando ‘boa’ sua condição, quem sou eu para querer ir contra o seu tirano?

+RO:- Como você vê atuação liberal do Papa Francisco? É uma nova era da religião católica?

 Gonzalez:- Não acompanho nada sobre notícias da religião católica ou de qualquer outra, muito menos os passos deste Papa, logo, não tenho resposta a esta pergunta.

+RO:- Você é contra ou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por quê?

Gonzalez:- Sou contra até mesmo contra as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, ora. Homem tem que gostar de mulher e mulher tem que gostar de homem. Sempre foi assim, sempre deveria ter sido assim. Mas, já que a coisa está do ‘jeito que o diabo gosta’, pelo menos que tentem fazer isso às escondidas, sem precisar dar ‘publicidade’ a isso, pois pode soar como ‘incentivo’ às demais pessoas e um ataque brutal às famílias e aos bons costumes.

+RO:- Como você vê o fenômeno das redes sociais? Veio para ficar?

Gonzalez:- Já ficou! Ficar sem participar de uma rede social hoje é praticamente estar alheio a tudo nesta vida. É estar totalmente ‘marginalizado’ de um mundo que hoje é mais do que virtual. É a realidade necessária e absoluta.

+RO:- As redes sociais podem ser prejudiciais?

 Gonzalez:- Tudo nesta vida tem seu lado bom e ruim, e as redes sociais não são exceção. Assim como se ganha, por exemplo, com o Twitter, você também perde, seja admiradores ou até mesmo amigos.

+RO:- Com o advento da internet, como fica a relação eleitor/político?

 Gonzalez:- Ainda é a mesma, só que agora com mais esse ‘canal’ de comunicação. O político ainda tem que fazer o ‘corpo a corpo’, não tem como fugir disso, porque nem todos tem acesso a um computador com internet.

+RO:- A internet torna tudo mais transparente?

 Gonzalez:- Sim, assim como pode deixar tudo também mais ‘obscuro’.

+RO:- O que você mais aproveita das redes sociais?

 Gonzalez:- Fazer novas amizades, ampliar meus conhecimentos, aproveitar as dicas dos amigos, buscar ajuda, conselhos ou opiniões dos amigos e, principalmente, divulgar o meu trabalho. E viva o Facebook!