Energisa toca o terror; funcionários estão vivendo momentos de angústia e medo

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PORTO VELHO- Não são só os consumidores que estão travando uma luta hercúlea contra a Energisa, antiga Ceron. Além do alto preço da tarifa de energia elétrica, existe um clima de terror entre os funcionários do médio e baixo escalão que vivem momentos de incerteza e medo. A Energia comprou a Ceron por R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), o valor de um carro usado, sem quaisquer dívidas, já que essas foram assumidas pela Eletrobras antes da privatização. A venda da Ceron foi passada aos consumidores e aos funcionários como uma solução para os problemas da empresa, o que não ocorreu. O que era um problema, virou problemão. Tanto na questão do valor da tarifa, quanto na melhoria de condições de trabalho dos funcionários.

O grande drama agora são as demissões que estão ocorrendo desde que a Energisa assumiu a Ceron. De acordo com o Blog do Cha (Carlos Henrique Ângelo), a empresa vai desativar o call center instalado em Porto Velho pela antiga Eletrobrás – Distribuição Rondônia, segundo denúncia de uma servidora que prefere não se identificar pelo receio de retaliações. Perto de 70 servidores terceirizados da Call Tecnologia, que venceu a licitação no início de 2018 para execução do trabalho, serão provavelmente demitidos nos próximos 30 dias. Todo o atendimento ao consumidor passa a ser centralizado pela Energisa Multiserviços, que vai concentrar o atendimento a todas as 11 empresas distribuidoras de energia do grupo.

Além dessas demissões, outras 170 foram efetivadas. E a tendência são mais demissões nos próximos meses. De acordo com um dirigente do Sindur, até agora foram demitidos 161 empregados, 99% aposentados, para os quais a Energisa ofereceu um Plano de Aposentadoria Incentivada -PAI, que constava de abono de seis salários bases; um ano de assistência medica; seis meses de Tiketi alimentação e 40% de multa sobre o FGTS. A empresa sinaliza com a possibilidade de apresentar um Plano de Demissão Voluntária para os empregados que não são aposentados, más ainda não apresentou as condições. Isso deve fazer com que mais uns 100 empregados. A expectativa dos empregados é de que quem não saiu no PAI ou não sair no PDV, com o fim da vigência do Acordo Coletivo de Trabalho agora final de abril, acordo que dificulta demissões em massa, os empregados que não forem aproveitados dentro da estrutura de centralização de seus processos, onde áreas como licitação, recursos humanos, suprimento, planejamento e outras passaram a ter suas ações centralizadas na sede do grupo em Quataguazes, Minas Gerais, deverão ser demitidos.

Segundo uma fonte do Mais RO, a Energisa está demitindo individual e gradualmente até sem justa causa, ou por um simples esquecimento do uso do capacete de segurança quando em serviço. O funcionário não pode reclamar, não pode participar de movimentos contra a empresa que também será sumariamente demitido.

Pior, o funcionário que tiver mais de 35 anos de idade não serve mais, sendo demitido e impedido de se aposentar. A reforma da Previdência que se avizinha, é outro fator que vai atingir diretamente os funcionários da Energisa. Caso passe a reforma, numa eventual demissão, voluntária ou não, a empresa ficará isenta de pagar a multa de 40% sobre o FGTS, o que para alguns, significará cerca de R$ 80 mil reais a menos na indenização. Isso sem falar em funcionários que estão a apenas um ano para se aposentar, sendo demitidos sem dó.

Então essa é a situação dos funcionários da Energisa, que veio para tocar o terror, em todos os sentidos.

Fonte: Mais RO