Editorial: O Papa Francisco e o ataque à Fátima Cleide

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“A mídia que foca em escândalos e espalha notícias falsas para difamar políticos arrisca se tornar como pessoas que têm um fascínio mórbido por excrementos, disse o papa Francisco em dezembro de 2016  ao semanário católico belga “Tertio. Na ocasião, o Papa disse que espalhar desinformação é “provavelmente o maior dano que a mídia pode causar” e que usar as comunicações para este fim, em vez de educar o público, equivale a um pecado.

Em recente artigo assinado pelo doutor em Ciências Sociais, Robson Sávio dos Reis Souza, publicado no progressista Brasil 247, ele reporta que o Papa Francisco voltou a criticar a mídia no tocante à divulgação de notícias falsas.

Segundo o portal de notícias do Vaticano, o Vatican News, durante a pregação Francisco tratou de alertar os presentes sobre a intriga, utilizada principalmente pela mídia, na atualidade, como um método para condenar as pessoas.

“Criam-se condições obscuras” para condenar a pessoa, explicou o Papa, e depois a unidade se desfaz. Um método com o qual perseguiram Jesus, Paulo, Estevão e todos os mártires e muito usado ainda hoje. E Francisco citou como exemplo “a vida civil, a vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado”: “a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Depois chega a justiça, “as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”. Uma perseguição que se vê também quando as pessoas no circo gritavam para ver a luta entre os mártires ou os gladiadores.”

 

A fala do Papa Francisco parece estar coroada de verdade. O prejuízo à Nação e aos brasileiros com o impeachment de Dilma é algo imensurável. A perseguição implacável ao ex-presidente Lula por parte da mídia é algo impensável. E o modus operandis da direita anda fazendo escola. Recentemente, em Rondônia, a ex-senadora Fátima Cleide, do PT (tinha que ser do PT senão, não vale), foi injustamente atacada numa coluna política assinada por um renomado jornalista ligado à direita rondoniense, cujo patrão é filiado ao PSDB.

O ataque à Fátima Cleide teve como resposta um veemente artigo assinado pelo jornalista David Nogueira. No artigo, David Nogueira afirma que após a saída de Fátima Cleide do Senado, no final de janeiro de 2011, a professora jamais assumiu qualquer cargo no Governo Federal, como afirmou o texto (nem secundário e nem principal).
Foi opção pessoal dela. Ao contrário do publicado no texto, Fátima Cleide não se mudou para São Paulo. Trabalhou lá e em Brasília. Sua residência foi e continua sendo em Porto Velho, no Bairro Três Marias. Ao final do artigo, David Nogueira enfatiza: “em toda a sua vida política e profissional, jamais respondeu a um processo de ilicitude por irregularidade de qualquer natureza”.

A ex-senadora ainda não se pronunciou sobre o ataque à sua pessoa. Pré-candidata ao Senado Federal, Fátima Cleide pode estar sofrendo do mesmo ataque desferido contra Lula, para desestabilizá-la de sua pretensão política.