Deputados da bancada evangélica querem acabar com a Lava Jato

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Deputado da bancada evangélica
A Federação Nacional dos Policiais Federais se manifestou sobre o relatório do deputado da bancada evangélica João Campos (PRB-GO) que discute o novo Código de Processo Penal,  limitando a atuação do Ministério Público Federal. Segundo o vice-presidente da entidade, Flávio Werneck, o Projeto de Lei 8045/2010, de autoria do senador José Sarney (PMDB-AP), enfraquece as investigações. “Estão reativando a PEC 37 de maneira indireta”, enfatiza.
A Proposta de Emenda à Constituição nº 37/2011, citada pelo vice-presidente da Fenapef, acrescentaria um parágrafo ao artigo 144 da Constituição Federal, que trata de segurança pública. Pela proposta, o poder de investigação criminal seria exclusivo das polícias Federal e Civil, retirando a atribuição de outros órgãos, incluindo o Ministério Público. A PEC foi derrubada e, em seguida, surgiu a operação de combate à corrupção mais conhecida pelos brasileiros, feita em esquema de força-tarefa entre MP e PF.
Além disso, Werneck critica o fato de  titulares da comissão que analisa o PL estarem respondendo a processos penais. O deputado João Rodrigues (PSD-SC), um dos titulares, por exemplo, foi condenado a cinco anos e três meses de reclusão em regime semiaberto por fraude e dispensa de licitação.
“Como um condenado e preso pode trabalhar em algo que trata de recursos de processo penal, de alterações de um instituto que pode beneficiar ele mesmo? A comissão deveria ter um crivo com o mesmo rigor que o assunto merece”, afirma Werneck. 
Uma nova reunião da comissão foi marcada para a próxima terça-feira (24). A expectativa é de que o parecer final seja votado ainda no primeiro semestre deste ano, passando pelo plenário da Câmara dos Deputados até outubro.