DEFESA CIVIL E SIPAM MINIMIZAM, MAS, ESTUDOS GARANTEM NOVA ENCHENTE NO RIO MADEIRA

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Foto tirada por internauta no dia 6 de dezembro de 2014
Foto tirada por internauta no dia 6 de dezembro de 2014
Foto tirada por internauta no dia 6 de dezembro de 2014

O SIPAM e a Defesa Civil minimizam o sinal de alerta de que haverá uma nova cheia do Madeira no início de 2015. O alerta foi dado pelo engenheiro civil Jorge Luiz da Silva Alves que realizou estudo e entregou  um relatório ao Ministério Público de Rondônia, que aponta a possibilidade de uma nova cheia e que pode ser pior do que a registrada em 2014.

O relatório aponta a necessidade de rever a maneira como os estudos para construção de barragens são realizados e afirma que atualmente, esses cálculos não levam em consideração toda a bacia hidrográfica da Amazônia.

O mais grave, segundo o engenheiro, Estado e União tinham conhecimento e não tomaram providências para eliminar o gerador do impacto no rio Madeira. “Foram oito eventos que favoreceram a ocorrência da enchente”, afirma Alves.

As barragens são apontadas como a causadora da enchente este ano. Alves afirmou que “a usina segurou a água para colocar as turbinas para funcionar e aumentou a cota do reservatório”, relatou.

FATOR AGRAVANTE

A Organização Meteorológica Mundial, a OMM, divulgou nesta quinta-feira (4) que há 75% de chance de se formar um El Niño até março de 2015, que provocaria alterações no clima do Norte, Nordeste e Sul do Brasil, como estiagem e excesso de chuvas. O informe da OMM foi anunciado durante a Conferência Climática das Nações Unidas, a COP 20, que acontece em Lima, no Peru.

O QUE DIZ O SIPAM

As chuvas que caíram no final do mês de novembro e início de dezembro no Rio Beni (Bolívia) estão influenciando o Rio Madeira. O maior impacto é sentido entre Abunã e Porto Velho. Segundo a Coordenadora Operacional do SIPAM (Sistema de Proteção da Amazônia), Ana Cristina Strava, o Rio Madeira está acima da média para o período de cheia, mas dentro da normalidade.

As chuvas fortes na Bolívia ocorreram entre os dias 27 de novembro e 3 de dezembro último. Como o impacto no Rio Madeira é sentido até pós dez dias, o nível do rio subiu e deve continuar oscilando entre a média e a máxima históricas para esse período. Ana Strava explica ainda que estamos no período de chuvas na região e que a subida do rio é esperada.

A cota do Rio Madeira registrada pela CPRM nesta segunda-feira é de 9,72 metros. “A boa notícia é que o Rio Beni é rápido, sobre e desce rapidamente. Se não ocorrerem novos episódios de chuvas, a previsão é de continuar dentro da normalidade”.

Outros rios que impactam o Madeira são o Mamoré e o Guaporé, que no momento não apresentam elevação anormal, tanto que em Guajará-Mirim as águas do rio estão na média.

O QUE DIZ A DEFESA CIVIL

A Defesa Civil do Estado de Rondônia reagiu com preocupação às noticiais publicadas recentemente na imprensa do Acre dando conta de que o rio Madeira, em Porto Velho, estaria prestes à provocar nova enchente e isolar aquele Estado.

O tenente  bombeiro militar,  Artur Luiz Santos, coordenador adjunto da Defesa Civil, criticou os fatos fantasiosos e tratou de colocar as informações reais sobre o nível do Madeira.

“Está muito longe do transbordamento. Não temos interesse em esconder informações, isso é uma irresponsabilidade. Não temos como prever como será em fevereiro ainda, mas não estamos à beira de nova enchente neste momento”, disse o oficial.

Ao meio dia desta segunda-feira (8), o rio Madeira estava com 9,67 metros. No dia 8 de dezembro do ano passado, o nível registrado foi de 9,36 metros, 31 centímetros abaixo do nível atual.

A cota de transbordamento do Madeira é de 15 metros, e hoje o nível do rio está 5,67 metros abaixo do risco de inundação. Apesar das chuvas constantes registradas desde o inicio do mês, o comportamento do rio é considerado normal para o período do ano em comparação ao ano passado.

Para a Defesa Civil, que mantém monitoramento constante do nível das águas de toda a bacia do Madeira, uma nova enchente não está descartada, porém, os números atuais descartam qualquer possibilidade de inundação.

Fontes: Defesa Civil, Sipam E Mais RO