Defesa Civil apresenta Plano a ser desencadeado em caso de enchente do Madeira

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A secretaria municipal de Projetos Especiais e Defesa Civil (Sempedec) apresentou na manhã desta terça-feira (19) o Plano de Contingência para Enchentes em 2016 no Município de Porto Velho. A exposição, ocorrida na sede da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), foi acompanhada por representantes do poder executivo dos municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim e Nova Mamoré, como também por representantes das entidades parceiras para possíveis ações conjuntas a serem desencadeadas no caso de grande enchente do rio Madeira.

O secretário da Sempedec, Vicente Bessa, disse que a expectativa para este ano é a de uma enchente de nível moderado, que não atinja muito às comunidades, mas que o papel das instituições de defesa e socorro é estar sempre preparados para o pior cenário. “Estamos nos preparando para trabalhar com a cota 60, quando o rio atinge 17,5 metros, embora o mais esperado é chegar mesmo a 15,5 metros, no máximo. Nosso Plano de Contingência não apresenta apenas ações a serem deflagradas em Porto Velho, mas trabalhamos agora em conjunto com Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Acre e Humaitá. Isso nos permite monitorar melhor o rio e os barrancos para antecipar as ações, porque contamos com as informações de outros municípios. Também mantemos relações com entidades públicas e da sociedade civil organizada com que possamos contar para a resolução de diversos tipos de problemas”, informou.

A novidade do plano de 2016, em relação a planos de períodos anteriores, é que mais ações de prevenção passam a ser implementadas. “Quanto mais trabalhamos com prevenção menos prejuízos temos. No ano passado tivemos a quinta maior enchente, mas não tivemos desabrigados, porque estamos monitorando as áreas com mais possibilidade de desbarrancamentos e sinalizando os locais de maior risco. Também acompanhamos o comportamento diário do rio para antecipar cuidados. Outro fator de monitoramento preventivo é acompanharmos de que forma acontece a ida de crianças às escolas ribeirinhas. Isso é preciso para que possamos orientar os melhores locais de acesso nos barrancos”, explicou Bessa.

 O coordenador da Defesa Civil Municipal (Comdec), Marcelo Santos, disse que em relação aos anos anteriores, a Comdec se encontra atualmente melhor aparelhada para enfrentar desastres relativos às enchentes. Explicou que a enchente de 2014 trouxe muitos aprendizados e que em 2015 a quinta maior enchente do município foi combatida com muita eficácia, de sorte que não houve nenhum caso de desabrigados. “Passamos a contar com mais parceiros, com os quais dividimos mais tarefas. Mapeamos as áreas de maior perigo e conseguimos retirar famílias de locais que apresentavam insegurança. Agimos preventivamente e contamos com a ajuda do Exército, da Marinha, dos Bombeiros, enfim, de muitas entidades parceiras que assumiram conosco as tarefas”, observou.

O Plano de Contingência define a divisão de tarefas nos casos de acidentes. O grupo de trabalho formado com plano se compõe da Sempedec, que assume a coordenação geral das ações, o Gabinete do Prefeito, as secretarias municipais de Assistência Social (Semas), Saúde (Semusa), Agricultura e Abastecimento (Semagric), Meio Ambiente (Sema), Obras (Semob) e Serviços Básicos (Semusb), como também o Exército, a Marinha, a Aeronáutica e diversas outras instituições e segmentos administrativos ligados ao Governo Federal e Governo Estadual. Também participam muitas organizações não governamentais (Ongs), associações de bairros, igrejas e entidades da iniciativa privada.

 A Sempedec conta com vinte e dois agentes de equipes operacionais e com assistentes sociais e engenheiros que atuam nos eventos. Ela tem podido contar também com o aparato tecnológico do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e com avançadas ferramentas das usinas de Jirau e Santo Antônio para monitoramentos das barragens, do clima da região e do comportamento do rio Madeira. “Com as relações que temos estabelecido com os outros municípios próximos, sentimo-nos ainda mais preparados para atender às necessidades das populações ribeirinhas e dos moradores das áreas de encostas da região urbana. O plano agora apresentado demonstra que o município pode contar com bastante proteção, pois todas essas entidades presentes demostram grande comprometimento com as necessidades de Porto Velho”, afirmou o secretário da Sempedec.

Por Renato Menghi | Fotos: Medeiros