DAS VOLTAS DO MUNDO E DAS DESCOBERTAS DOS REENCONTROS

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Por Dabson Bueno (*)

Como todos que convivem comigo sabem, comecei a minha militância política no movimento estudantil, aqui de Porto Velho. Foi no movimento – como presidente do Grêmio do Colégio Rio Branco,  secretário-geral da União dos Estudantes Secundaristas e presidente Estadual dos Estudantes Universitários – que consolidei minha visão de mundo e minhas convicções políticas – e, sobretudo, o que penso sobre o papel do Estado e das políticas públicas na vida das pessoas.

Esse processo não foi solitário. Nele, muitas pessoas contribuíram, ou como referência ou como contradição. Desde este momento entendi que, numa democracia, a política é o único meio de mudar a vida das pessoas. Se para melhor ou para pior, dependerá da qualidade e assertividade das nossas escolhas. Entendi, também, que a política sempre será boa, positiva. Os agentes que a exercem são os responsáveis pela mudança dos seus princípios. Mas, não esqueçamos que, numa democracia, quem a exerce são escolhidos pelo povo.

Dentre as pessoas que me influenciaram fortemente, uma reencontrei agora, no momento em que inicio o projeto mais ousado da minha vida. Falo do Professor Chiquinho (Francisco das Chagas Silva), meu professor no Colégio Rio Branco e no Murilo Braga, onde cursei o ensino médio. Maranhense de Santa Inês, Professor Chiquinho teve papel importante no meu gosto pela política. Com firme posição, voz pausada e paciência infinita, Professor Chiquinho me ensinou sempre o lado bom do manejo das ações políticas, desde o respeito ao debate, até a arte do convencimento, passando pela necessidade de lutar pelos ideais que acreditamos.

Pois bem, buscando organizar nosso projeto, lhe fiz uma visita de cortesia, para um café regado à reminiscências do passado. Não falamos de nós, falamos dos amigos e alunos, daqueles que ele ensinou e que me ensinaram. Isso mesmo, a teoria e conselhos vieram dele, do Professor, mas a prática e o enfrentamento vieram dos inúmeros e valorosos amigos estudantes da época que, como eu, sonhavam melhorar a vida de todos. São tantos que não me arrisco a nominá-los. Cada um saberá o quão importante foram na minha formação – e, mais ainda, nos fatos históricos produzidos naquele período.

No meio da conversa, tentamos comparar aquele momento ao período atual. Não foi possível. Cada geração é feita de um “tipo de barro” e os momentos históricos não se repetem. Ele me afirma que o “meu momento é agora”, pois vivi o que tinha que viver no momento certo, com as pessoas certas e os mais importantes foram os meus amigos, não ele. O seu papel foi oferecer parâmetros para o não radicalismo, para a não barbárie. Confidencia-me que tem acompanhado nossas vidas e se sente orgulhoso pelo resultado, Todos nós chegamos longe, cada um na direção escolhida, naquilo que quis fazer.

O dia termina e saio da sua casa com a leveza de ter nele o mesmo professor do Rio Branco e do Murilo Braga, só que agora com o meu Projeto avalizado e com o engajamento integral do Mestre.

Antes de entrar no carro, lhe faço um aceno e lhe sorrio. Estou convencido de que ele ainda quer cuidar de todos nós.

(*) Dabson Bueno tem 36 anos, graduando em administração de empresas, cursou o ensino médio nos colégio Rio Branco e Murilo Braga.